quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Parashá Vayerá

A Parashá Vayerá inicia-se com a incrível demonstração de bondade por Avraham (Abraão), àqueles que ele pensa serem três homens, mas que na verdade são anjos enviados por D'us, pesar de seu extremo desconforto pelo recente brit milá, circuncisão.
Os anjos entregam sua mensagem, declarando que Sara milagrosamente dará à luz a seu primeiro filho no prazo de um ano, com a idade de 90 anos (o próprio Avraham teria cem anos). Em seguida, eles seguem para a cidade de Sodoma. D'us informa a Avraham que as cidades de Sodoma e Gomorra serão destruídas por causa da perversidade, e Avraham responde com uma longa prece e dialoga com D'us pedindo pelo salvamento das cidades.
Incapaz de encontrar dez cidadãos íntegros, D'us começa a destruir as cidades, mas não antes que os anjos salvem o sobrinho de Avraham, Lot e sua família, da destruição. Acreditando que o mundo inteiro havia sido destruído, as duas filhas de Lot embebedam o pai, para que ambas possam ficar grávidas dele, e cada uma acaba tendo um filho.
Sara é raptada por Avimelech, o rei de G'rar, que não havia percebido que ela era casada. D'us reage castigando-o com uma peste, que o impede de tocá-la, e informa Avimelech que Sara é casada, quando então é imediatamente libertada.
Sara concebe e dá à Luz Yitschac (Isaac), e Avraham faz uma grande comemoração. Sara vê Ishmael (o filho de Avraham com Hagar) como uma ameaça ao bem-estar espiritual de seu próprio filho. Relutante a princípio, Avraham segue a ordem de D'us, de dar ouvidos à esposa, expulsando Ishmael e Hagar de sua casa. Com Ishmael a ponto de morrer de sede no deserto, D'us escuta seus gritos e faz com que Hagar encontre um poço de água, e com isso o jovem é salvo.
Avraham assina um pacto com Avimelech na cidade de Be'er Sheva, e vivem em paz por muitos anos. A porção da Torá conclui com a akeidá, o altar, o décimo e último teste de Avraham, no qual ele demonstra sua boa vontade em aquiescer à ordem do Criador, de oferecer seu amado filho Yitschac em sacrifício.

 Mensagem da Parashá


Você está recostado em sua poltrona, relaxado e envolvido num excelente livro, bebericando um copo de limonada gelada. Apreciando totalmente este descanso muito valorizado, é subitamente interrompido pelo som do telefone. Hesitante, pega o receptor para ouvir a voz de seu amigo, David. Ele está se mudando hoje e precisa de ajuda para carregar algumas caixas. Não desejando perturbar seu tempo de folga com nenhuma espécie de trabalho pesado, você responde quase mecanicamente que não, pois está ocupado agora. Desligando o telefone, volta à trama absorvente do livro.
A Torá, no início da porção desta semana, descreve com riqueza de detalhes como Avraham, quando visitado por três hóspedes, demonstrou enorme solicitude em servi-los e cuidar deles. Avraham "apressou-se a ir à tenda de Sara," para que ela pudesse preparar pão fresco, ele "correu até o rebanho" para preparar as melhores iguarias, e então "ficou de pé, perto deles, debaixo da árvore", enquanto comiam na sombra, assegurando-se de que cada necessidade lhes fosse fornecida (Bereshit 18:6-8).
Rabeinu Bachya destaca que, embora Avraham fosse um homem idoso e estivesse fraco por causa da circuncisão que fizera apenas três dias antes, e apesar de ter muitos servos que poderiam ter atendido os hóspedes, em sinal de respeito Avraham fez tudo sozinho, com grande zelo e entusiasmo.
Ao final da porção da Torá há uma outra situação, na qual Avraham demonstra seu caráter zeloso. Na manhã em que Avraham levantou-se para realizar a akeidá, o sacrifício, a Torá relata que "ele se levantou cedo" para cumprir a mitsvá. Nesta difícil situação, quando Avraham recebeu ordem de levar o filho amado, pelo qual esperara ansiosamente por tantos anos, como uma oferenda, poder-se-ia pensar que a última coisa que a pessoa faria fosse acordar cedo para embarcar nesta missão! Mesmo assim, vemos que Avraham o fez. Como é possível?
Uma vez mais, temos um exemplo da personificação de Avraham da qualidade de ser zeloso, rápido e entusiasta em cumprir as mitsvot, preceitos, de D'us. Avraham desenvolveu este traço a tal ponto que, mesmo nesta situação difícil e extremamente penosa, ainda foi capaz de superar o desejo natural de protelar, chegando mesmo a levantar-se cedo para fazer a vontade de D'us.
Isso nos ensina uma lição inacreditável, que justamente quando a situação é desconfortável, ainda temos a capacidade de cumprir uma mitsvá com zelo e entusiasmo, e especialmente quando a mitsvá não é tão difícil.
Há um conceito bem conhecido na dinâmica humana conhecido como inércia - tendência natural da pessoa de tentar permanecer tão inativa quanto possível. Esta tendência intensifica-se quando se trata de cumprir mitsvot, porque há um freio natural, a má inclinação, que fará todo o possível para impedir que a pessoa faça uma ação que lhe possibilitará uma recompensa no Mundo Vindouro. Com isto em mente, temos uma pergunta: Como a pessoa adquire a característica de Avraham? Como subrepuja sua indolência natural para atingir a grandeza?
Há duas maneiras de fazer isso: Rabi Moshê Chaim Luzzatto explica que podemos fazê-lo, concentrando-nos em todas as coisas que D'us realiza para nós, pois se pudermos reconhecer todo o bem que Ele nos concede, e as enormes maravilhas que realiza desde o dia em que nascemos até nossos últimos, sem dúvida nos apressaremos em fazer o possível para retribuir, com toda nossa capacidade, cumprindo a Torá e exaltando Seu nome.
A segunda maneira, diz Chafetz Chaim, é reconhecer a importância de cada minuto. Sabemos que cada palavra da Torá que a pessoa estuda é uma mitsvá por si mesma. Se a pessoa fala à velocidade normal, seriam aproximadamente duzentas palavras por minuto, portanto, se a pessoa fala sobre a Torá por um minuto, realiza duzentas mitsvot de uma só vez. Agora pense: se a pessoa estuda por quinze minutos, cumpre três mil mitsvot! Se aprender por uma hora, faz doze mil mitsvot! E se a pessoa estuda o dia inteiro? Que tal alguns dias? Todas as mitsvot vão se somando, e quanto mais mitsvot cumpre, mais recompensa recebe. Dentro de pouco tempo, terá a capacidade de cumprir milhões!
É através deste reconhecimento que adquirimos o desejo de utilizar cada momento da maneira mais completa, seja estudando Torá, ajudando o próximo. Porém, precisamos de uma presteza e zelo especiais para nos assegurar de que corremos para fazê-las, e ao mesmo tempo buscando a certeza de que são cumpridas adequadamente.
A idéia de valorizar cada momento foi explicada numa parábola por rabi Moshe Yitschac Hadarshan. Imagine se todos aqueles que estão no cemitério recebessem outra meia-hora de vida, para conseguir tanta recompensa celestial quanto lhes fosse possível. Veríamos pessoas correndo para lá e para cá, estudando Torá, visitando os doentes, rezando, consolando os enlutados e fazendo caridade, cada pessoa de acordo com sua habilidade. E se essas pessoas recebessem algumas horas de vida, ou mesmo alguns dias? Não tentariam utilizar o tempo para cumprir tantas mitsvot quanto lhes fosse possível? E quanto a nós - quem de nós sabe quanto tempo ainda lhe resta?
É bem como disse o Chafetz Chaim certa vez: "A vida é como um cartão postal. Quando iniciamos uma viagem, escrevemos em letras grandes e espalhadas. Mas quando vemos que o espaço para escrever no cartão está acabando e ainda há tanto a dizer, começamos a escrever em letras cada vez menores, espremendo as palavras onde quer que haja um cantinho."
Ocorre o mesmo com nosso cumprimento de mitsvot; não somos tão cuidadosos sobre fazer todo o possível porque achamos que há muito tempo à disposição. Mas com o passar da vida, percebemos como o tempo é escasso na verdade, e tentamos espremer tantas mitsvot quantas pudermos. Entretanto, se percebermos agora o valor do tempo, podemos utilizá-lo ao máximo de nossa capacidade.
Por isso, quando estivermos em casa, prazerosamente lendo um livro ou qualquer outra coisa que preferiríamos não interromper, devemos refletir novamente naqueles métodos de incrementar o cumprimento da mitsvá. Devemos nos lembrar como D'us é bom para nós, e o quanto devemos realizar para retribuir pelo menos uma fração disso. Devemos ter em mente a importância e valor de cada minuto e de cada mitsvá. Por fim, devemos considerar que não importa o desafio que seja o cumprimento de uma mitsvá, é um desafio maior que o foi para Avraham levar seu filho ao sacrifício?
Com este reconhecimento, que possamos merecer a realização de mais preceitos, elevando desta maneira nossa recompensa, tanto neste mundo como no Mundo Vindouro.

Judeus Sefarditas – Origem das familias Almeida e Gutierrez

A família Almeida se origina na nobreza portuguesa. O primeiro a receber o nome, e portanto o fundador da família, foi Payo Paes Guterres. O nome Almeida vem do castelo de Almeida (na região homônima.) Almeida deriva do árabe “Al Majida”, que significa morada gloriosa (referência ao castelo.) Com a conquista da terra por parte de Guterres, os portugueses adaptaram o nome, que passou a se chamar “Castelo de Almeida”. A família Almeida, portanto, tem origem na família hispânica Gutierrez. Gutierrez A família Almeida, como vimos, deriva da família Guterres, forma aportuguesada do espanhol Gutierrez. Há diversas variações gráficas para esse nome: Gutiérrez, Gutierrez, Guter, Butre, Gutier, Wittier, Gutierre, Guterre, Guterres, Gut, Goter, Gauter, Gualter, Galter, Gulter, Baltar, Boltar, Belter, Gutérriz, Guterriz, otérriz, Goterriz, Guteres, Gútrez, Gutrez, Gutérrez, Guterrez, Gottreich, Baltériz, Balteriz, Baldériz, entre outros como a forma inglesa “Goodrich”. Todos pertencentes à mesma família, cuja origem está nos judeus perseguidos pelos visigodos, povo de origem germânica que emigrou do leste europeu.

Dentre os visigodos na Espanha, havia forte presença judaica: “Em todos os eventos, os judeus estavam na Espanha juntamente com os romanos antes de 409; e cerca de um século depois, quando havia apenas um reino visigodo na Espanha, os judeus lá estavam, distribuídos ao longo do país em numerosas congregações, como antítese aos cristãos bárbaros, celebrando seus próprios Sábados, e festivais, circuncidando seus filhos, solenizando o casamento segundo o costume judaico, e observando estritamente as leis dietéticas, e até mesmo ocasionalmente convertendo escravos pagãos ao Judaísmo.” (Dr. Julius Fust, “Do Oriente”)

Com a invasão dos visigodos, os judeus foram brutalmente perseguidos, e forçados a se converterem, e a abandonarem sua fé. “Aqueles que permaneceram judeus apesar de todo o seu sofrimento [o rei dos visigodos] interditou a celebração da Páscoa, dos Sábados, e de outras festas… se tornariam escravos e perderiam suas posses…. [mas] obteriam sua liberdade caso se convertessem.” (ibid)

As famílias Gutierrez e Almeida (na realidade, a mesma família), portanto, estão entre as primeiras famílias de origem ibérica a se tornarem cripto-judias, pertendo sua identidade.

MILÊNIO E SHABAT

Rabino Nilton Bonder

O dia 31 de Dezembro deste último ano do milênio no calendário ocidental ocorre numa Sexta-feira à noite, quando começa o shabat para a tradição judaica.

Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção inspirado no descanso divino no sétimo dia da Criação. Muito além de uma proposta trabalhista já conquistada em grande parte das sociedades do planeta, shabat entende a pausa como fundamental para a saúde de tudo que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.

Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente; onde o meio-ambiente e a terra imploram por uma folga, uma pausa; onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo - shabat é uma necessidade do planeta. A terra, Gaia, nós e nossas famílias precisamos da pausa que revigora. Prazer, vitalidade e criatividade dependem destas pausas que estamos negligenciando.

Hoje o tempo de "pausa" é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações para não nos ocuparmos. A própria palavra "entretenimento" indica o desejo de não parar. É a busca de algo que nos distraia para que não possamos estar totalmente presentes. Estamos cansados mesmo quando descansados. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a industria do entretenimento só pode crescer nestas condições.

Nossas cidades se parecem arquitetonicamente cada vez mais com a Disneylândia e o tipo de emoções que buscamos, também. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas.

Fim de um dia com gosto de vazio; um divertido que não é nem ruim nem bom. Dia pronto para ser esquecido não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo.

Estamos entrando o milênio num mundo que é um grande shopping. A internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas de Ocidente e Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.

Hoje não se consegue parar a não ser que seja no fim. Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. Os olhos não têm muito tempo para ver e recorrem à memória para recuperar o que a retina apreendera. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente.

As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado, a noite de penumbra e o simples de uma lipo.

Nossos artistas só sabem fazer instalações - dispor para funcionar. Nossos namorados querem "ficar", trocando o "ser" pelo "estar".

Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XX - um dia seremos nossos. Do escambo por carinho e tempo, evoluímos para a compra de carinho e tempo. Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco.

Nunca corremos tanto e deixamos tanto inacabado. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos.

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é uma interrupção. Mas isto nos parece difícil de entender. E assim o sol não pára de nascer e a semana de acabar. O mês passa rápido - menos que o salário - mas quando se viu o ano já passou. Do jeito que estamos, não tarda muito, o milênio já foi.

Shabat é pausa. O dia de não se trabalhar não é o dia de distrair - literalmente "tornar desatento".

É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que se fazem as famílias no descanso -- "o que vamos fazer hoje?" -- é marcada por ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos quando não sabemos o que fazer numa tarde de domingo.

O tempo por não existir faz mal a quem quer controla-lo. Quem "ganha tempo", por definição perde. Quem "mata tempo", se fere mortalmente. E este é o grande "radical livre" que envelhece nossa alegria - o sonho de fazer do tempo uma mercadoria, um artigo.

Em tempos de milênio temos que resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada.

A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar. Afinal, por que mesmo que o Criador descansou? Talvez porque mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

POR QUE DEUS ME TESTA?

O Eterno, vosso D-us, vos está testando para saber se amais o Eterno, vosso D-us, com todo vosso coração e com toda vossa alma" (Devarim 13:4)



Do livro Darósh Darásh, Raza d’Mehemnuta ("O Segredo da Fé"), pergunta 13.


O que é o período chamado de Ikveta d’Meshicha ("Calcanhar do Messias", o período que antecede a era Messiância, a saber e de acordo com alguns, se trata de hoje em dia) e o que acontecerá logo após a este tempo?

O Ikveta d’Meshicha é o estágio final da Galut ("Diáspora"). É o tempo caracterizado pelas tribulações e dúvidas que assolam todos os aspectos da realidade do mundo a qual se adiante inexoravelmente em direção àGueulah, e que isso seja em breve. Este período, que os Sábios afirmam se tratar do hoje e agora, é marcado pela ‘falta da verdade’, onde a mentira e corrupção são exaltadas, e as ilusões e aparências superficiais imperam, enquanto as verdades Divinas são desdenhadas. Estas ilusões inflam a arrogância do homem com a satisfação rebaixada dos falsos poderes e sensações do materialismo, da mesma maneira que o perverso “Bilaam se ligou a toda forma de magia para tentar desenraizar Israel”. Aqui o sentido é duplo: tanto a ilusão da magia de Bilaam buscou derrubar o Povo deIsrael, como significa a tentativa alastrante da sitra achra de destruir toda a ‘realidade retificada’ – tudo que é ligado à verdade de D’us. Este alastrar do lado da profanação vem através da “poluição dos perversos que se impurificam e a outros lugares com sua apostasia e transgressões da Torá. E porquanto de sujarem o santuário de Hashem, um ruach ruim é despertado contra eles”. Mas como está escrito sobre o tempo após oIkveta d’Meshicha, quando o mundo testemunhará a Revelação verdadeira do Mashiach que, “Eu causarei todo o espírito da impureza de sair da terra”. Ou seja, tudo que pertence ao mal, as klipot, todo o orgulho do homem que se acumula em sua vida sem sentido, a saber, o produto de suas más escolhas e falta de fé em D’us, todo este refugo espiritual será arrebatado do mundo, pois “no tempo vindouro, o Sagrado, abençoado seja Ele, purificará Israel e removerá aquele ruach ruim da terra, como está escrito: ‘Porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo’”. Este será o dia da extinção das klipot, da punição dos perversos, quando D’us executará julgamento preciso sobre todos eles. Ai destes “discípulos de Bilaam que herdarão o Guehinom e descerão ao abismo mais profundo”.

Agora, este processo final de limpeza espiritual servirá para remover o mal e deixar apenas o bem. O Povo de Israel será escolhido como a comida removida de suas cascas quebradas, e todo aquele que viver será completamente puro. A sobrevivência dependerá dos atos de bondade que a pessoa realizou em sua vida, das suas orações e cumprimento rigoroso das mitsvot com as intenções corretas. Ou seja, o teste maior doKets HaYamim é o da eliminação completa de todo vestígio de orgulho e arrogância e a verificação em última instância se a pessoa desejará se ligar ao bem ou ao mal. Portanto, somente através do caminho da Cabalá – que fomenta o espírito de espanto a D’us e impele o rigor na observância dos mandamentos e das exortações dos Sábios da Torá – será garantida a vida, bem como a atenuação das terríveis testes e tribulações que se aproximam. Isto é assim, pois o nível místico da Torá purifica e limpa os corações, e une a pessoa à Etz Chayim, que é o aspecto da alma domekubal, o grau absolutamente puro de Atsilut. Todos os outros níveis de consciência inferiores que implicam em alguma ausência ou perda de consciência sobre o Divino, a saber, os graus das almas de Beriyah,Yetsirah, e Asiyah têm misturas impuras que precisarão ser expurgadas, pois “Hashem aniquilará a morte para sempre”. Assim, para os que vivem uma vida casher, virtuosa e de méritos, a Redenção virá de maneira alegre, certamente o contrário do que para todos os outros. Poucos serão estes justos, não sendo mais do que “Um por cidade ou dois por família”. Mas existe um outro tempo, quando “O pobre será oprimido pela sua pobreza”. E se estes abraçarem sua condição com humildade e fizerem teshuvah, eles merecerão então a Redenção. Este é o caminho das multidões culpadas. Entretanto, este caminho será de angústia excruciante e sem consolo, nunca antes vivenciada. O nosso povo terá nada salvo a sua pele devido a pobreza da terra. Este é o tempo sem pão, “sem vestimentas no frio”, sem conforto, sem moradia, e sem cidade. Com isso, o clamor e lágrimas serão tão intensos que mesmo os corações mais endurecidos implorarão por Hashem. E é neste aspecto de cativeiro, de carnificina, que D’us trocará a morte pela pobreza, mas em vida – e tudo isso refinará o povo. Então, estes que resistirem perceberão que não existe nada que possam se apoiar neste mundo salvo D’us Ele mesmo! Os que não resistirem, voltarão às nações e se assimilarão. Após este período tão drástico, virão as etapas da Redenção completa do Mashiach, com a reconstrução do Terceiro Templo, e este será um tempo de esplendor, de alegria e regozijo, e que isso seja assim muito em breve em nossos diasamém ve’amém. Enviar para o Twitter

GUIA RÁPIDO DAS BRACHÓT

Consulte sempre o Shulchan Aruch e autoridade rabínica para maior detalhamento das Halachóts. Para as rezas que envolvem alimentos e ou bebidas, não esquecer que: (1) é preciso antes de recitá-las ver o alimento ou bebida na sua frente (2) segurar o prato ou taça com a mão direita, caso canhoto com a esquerda, (3) não comer ou beber antes da reza, e (4) após recitá-la(s) comer ou beber imediatamente. Caso esqueça, deve recitar se ainda houver comida no prato ou bebida na taça.

PÃES E DERIVADOS
Baruch ata adonay, eloheinu melech haolam. Hamotzie lechem myn ha’aretz.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que faz crescer o pão da terra)

VINHOS E SUCO DE UVA
Baruch ata adonay, eloheinu melech haolam. Boreiy pree hagafen.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que criaste a fruta do vinho)

BOLOS E BOLACHAS
Baruch ata adonay, eloheinu melech haolam. Boreiy minei mezonot.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que criaste vários tipos de comida)

FRUTAS DE ÁRVORES
Baruch ata adonay, eloheinu melech haolam. Boreiy pree ha’etz.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que criaste a fruta das árvores)

VEGETAIS
Baruch ata adonay, eloheinu melech haolam. Boreiy pree ha’adamah.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que criaste as frutas da terra)

BEBIDAS, CARNES, PEIXE, QUEIJOS, LATICÍNIOS
Baruch ata adonay, eloheinu melech haolam. Shehakol Nihyah bidvaro”.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, por cuja palavra todas as coisas existem.)

ARREPENDIMENTO (Brachá Teshuvá)
Hashivênu avinu letoratêcha, vecarvênu malkênu laavodatêcha, vehachazirênnu biteshuvá shelema lefanêcha. Baruch ata Adonai, harotse biteshuvá.
(Reconduze-nos à Tua lei, ó nosso Pai, retoma-nos ao Teu serviço, ó Rei, e faça com que regressemos com sincero arrependimento para Ti. Bendito sejas Tu, Eterno, que Te comprazes com o arrependimento.)

CURA (Brachá Refuá)
Refaênu Adonai venerafê, hoshiênu venivashêa, ki tehilatênu áta, vehaale aruchá urefuá shelema lechol macotênu, ki El mélech rofê neeman verachaman ata. Baruch ata Adonai, rofê cholê amo Yisrael.
(Cura-nos, Eterno, e seremos curados; socorre-nos e seremos socorridos, pois que Tu és objeto de nossos louvores. Restaura a nossa saúde e concede-nos uma perfeita cura a todas as nossas feridas, pois Tu és D’us, Rei, Médico fiel e misericordioso. Bendito sejas Tu, Eterno, que curas os doentes do Teu povo Israel.)

LAVAGEM DAS MÃOS (Brachá Netilat Iadayim)
Baruch ata Adonai Elohênu melech haolam, asher kideshánu bemitsvotáv, vetsivánu al netilat iadayim.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificaste com teus mandamentos e nos ordenaste lavar as mãos.)

MESSIAS, FILHO DE DAVID (Brachá Mashiach Ben David)
Et tsêmach David avdechá mehera tatsmíach, vecarno tarum bishuatêcha, ki lishuatechá kivínu col haiom. Baruch ata Adonai, matsmíach kéren ieshuá.
(Faz brotar depressa o rebento de David, Teu servo, e exalça (exalta) o seu poder pela Tua salvação; porque é pela Tua salvação que ansiamos todos os dias. Bendito sejas Tu, Eterno, que fazes brotar o poder da salvação.)

ÓLEOS PERFUMADOS (Brachá Shémen Arev)
Recita-a antes de cheirar óleos perfumados. Baruch ata Adonai Elohênu mélech haolam, borê shémen arev.
(Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que criaste óleos agradáveis.)

“OUVE AS ORAÇÕES” (Brachá Shomêa Tefilá)
Av harachaman, shema colênu Adonai Elohênu, chus verachem alênu, vecabel berachamim uveratson et tefilatênu, ki El shomêa tefilot vetachanunim ata, umilefanêcha malkênu recám al teshivênu, chonênu vaanênu ushema tefilatênu, ki ata shomêa tefilat col pê. Baruch ata Adonai, shomêa tefilá.
(Pai misericordioso, ouve a nossa voz, ó Eterno, nosso D’us! Poupa-nos, tem piedade de nós e recebe nossas orações com misericórdia e boa vontade; porque Tu és D’us, que ouves todas as orações e súplicas, e de Tua Presença, ó nosso Rei, não nos deixa voltar desprovidos. Concede-nos a Tua graça, atende-nos e ouve nossas orações, pois Tu ouves as orações de todas as bocas. Bendito sejas Tu, Eterno, que ouves as orações.)

PAZ (Brachá Shalom)
Sim shalom tová uverachá, chayim chén vachéssed verachamim, alênu veal col Yisrael amêcha. Barechênu avínu culánu keechad beór panêcha, ki veór panêcha natáta lánu Adonai Elohênu torat chayim veahavat chéssed, utsedacá uverachá verachamim vechayim veshalom. Vetov yihiê beenêcha levarchênu ulevarech et col amechá Yisrael bechol êt uvechol shaá bishlomêcha.

(Faze recair uma grande paz, bem-estar e benção, vida, graça e misericórdia sobre nós e sobre todo o Teu povo Israel, e abençoa-nos a todos conjuntamente com a Luz da Tua Presença; porque com o fulgor dessa mesma Presença deste-nos, Eterno, nosso D’us, leis para a vida e amor benevolente, justiça e misericórdia, benção e paz; e seja agradável a Teus olhos abençoar-nos e abençoar o Teu povo Israel em todo o tempo e em todos os lugares, as bênçãos da Tua paz.)

PERDÃO (Brachá Selach)
Selach lánu avinu ki chatánu, mechal lánu malkênu ki fashánu, ki El tov vessalach áta. Baruch ata Adonai, chanun hamarbê lislôach.

(Perdoa-nos, ó nosso Pai, pois pecamos; perdoa-nos, ó nosso Pai, pois transgredimos; porque Tu és um, D’us bom e clemente. Bendito sejas Tu, Eterno, ó Misericordioso, que perdoas abundantemente.)

RECONSTRUÇÃO DE JERUSALÉM (DO TEMPLO) (Brachá Binian Ierushaláyim)
Velirushaláyim irchá berachamim tashuv, vetishcon betocha caasher dibarta, uvene ota becarov beiamênu binian olam, vechissê David avdechá mehera letocha tachin. Baruch ata Adonai, bonê Ierushaláyim.

(E a Jerusalém, Tua cidade, retorna com misericórdia, e pousa nela a Tua glória, como disseste. Reconstrói-a, prontamente em nossos dias, em construção eterna, e o trono de David, Teu servo, restabelece depressa nela. Bendito sejas Tu, que reconstróis Jerusalém.)

REDENÇÃO (Brachá Gueulá)
Reê na veoniyênu, verivá rivênu, uguealênu gueulá shelema mehera lemaan shemêcha, ki El goêl chazac ata. Baruch ata Adonai, goêl Yisrael.

(Vê, rogamos, a nossa aflição e toma a nossa defesa; redime-nos depressa com uma perfeita redenção, por amor ao teu Nome, porque Tu és um D’us libertador e poderoso. Bendito sejas Tu, Eterno, Redentor de Israel.)

SABEDORIA (Brachá Daat)
Ata chonên leadam daat umelamed leenosh biná. Chonênu meitechá chochmá biná vadaat. Baruch ata Adonai, chonên hadaat.

(Tu dotas o homem com sabedoria e instruis aos mortais a compreensão; concede-nos o Teu dom da inteligência, da compreensão e da sabedoria. Bendito sejas Tu, Eterno, Dotador da sabedoria.)

BENÇÃO SACERDOTAL (COMPLETA)- Exclusiva para uso dos Cohanim
Elohênu velohê avotênu, barechênu beberachá hameshuleshet batora haketuva al iedê Moshe avdêcha, haamura mipi Aharon uvanav cohanim am kedoshêcha caamur. Ievarechecha Adonai veyishmerêcha. Iaer Adonai panav elêcha vichunêca. Yissa Adonai panav elêcha veiassem lecha shalom.

(D’us nosso e D’us de nossos pais, abençoa-nos com a tríplice benção mencionada na Torá, escrita pelas mãos do Teu servo Moisés e pronunciada pela boca de Aarão e seus filhos – os sacerdotes – Teu santo povo, como foi dito: ” O Eterno te abençoe e te guarde. Faça resplandecer o Eterno o Seu rosto sobre ti, e te agracie. Tenha o Eterno misericórdia de ti, e ponha em ti a paz”.)

SUSTENTO (Brachá Hashanim)
Recitar no verão: Barêch alenu Adonai Elohênu et hashana hazot veet col mine tevuata letova, veten berachá al pene haadamá vesabeênu mituvá, uva rech shenatênu cashanim hatovot livrachá, ki El tov umetiv atá umevarech hashanim. Baruch ata Adonai, mevarech hashanim.

(Abençoa, Eterno, nosso D’us, este ano, e todos os produtos da colheita. Faz cair benção sobre a terra e traz fartura pela Tua bondade. Abençoa o nosso ano como todos os outros anos abençoados, pois Tu és D’us da bondade e benfazejo, que abençoas os anos. Bendito seja Tu, Eterno, que abençoas os anos.)

INVERNO
Barêch alenu Adonai Elohênu et hashana hazot veet col mine tevuata letova, veten tal umatar livrachá al pene haadamá vesabeênu mituvá, uva rech shenatênu cashanim hatovot livrachá, ki El tov umetiv atá umevarech hashanim. Baruch ata Adonai, mevarech hashanim.

(Abençoa, Eterno, nosso D’us, este ano, e todos os produtos da colheita. Faz cair orvalho e chuva de benção sobre a terra e traz fartura pela Tua bondade. Abençoa o nosso ano como todos os outros anos abençoados, pois Tu és D’us da bondade e benfazejo, que abençoas os anos. Bendito sejas Tu, Eterno, que abençoas os anos.) Enviar para o Twitter

MIZMOR SHIR LEIOM HASHABAT

Adão recitou dois parágrafos durante seu primeiro Shabat no Jardim do éden.

O primeiro parágrafo nos conecta ao reino de Malchut (o Reino); o nosso universo físico. O segundo nos conecta ao nível de Zeir Anpin; o Mundo Superior. Juntos, os dois parágrafos estão conectando o Mundo Superior de Zeir Anpin ao nosso mundo físico, da mesma forma que o casamento conecta a noiva ao noivo. Zeir Anpin é o reino de pura positividade e satisfação, enquanto que Malchut corresponde ao nosso mundo de caos e escuridão. O único propósito de unir esses dois mundos é remover todos o caos e escuridão de nossa existência.

Os termos ‘Adão e Jardim do Éden’ são palavras código e metáforas. Adão significa todas as almas da humanidade que alguma vez vem a este mundo. Todas essas almas eram unificadas como uma só entidade que nós chamamos Adão.

O ‘Jardim do Éden’ era um reino de pura Luz e energia positiva. As letras Hebraicas que compõe este parágrafo representa a força de energia especifica que nutria e realizava essa alma unificada chamada – Adão. Esse parágrafo é meramente a “fórmula” que define essas forças. As letras também agem como uma antena que capta e atrai essas forças para nossas vidas, dando-nos, deste modo, o gosto do “Jardim do Éden”.

MIZMOR SHIR LEIOM HASHABAT – Salmo e Cântico para o dia de Shabat. É bom dar graças ao eterno, cantar em honra de Teu Nome,ó Altíssimo. Anunciar desde o amanhecer a Tua bondade e a Tua fidelidade, durante as noites. Com a lira de dez cordas e com o alaúde, acompanhando com palavras, ao som da harpa. Porque me enches de satisfação, Eterno, pelos Teus altos efeitos, quero celebrar as obras das Tuas mãos. Como são grandes as Tuas obras, Eterno, infinitamente profundos são os Teus pensamentos. O homem desprovido de senso não sabe e o tolo não pode entender isso:

...mesmo que brotem os iníquos como erva e que floresçam todos os que praticam o mal, eis que serão destruídos por todo o sempre.

E Tu, ó Eterno, és eternamente o Altíssimo. Pois eis que, teus inimigos, ó Eterno, perecerão, serão dispersos todos os que obram iniqüidade. Mas exaltaste o meu poder como chifre do Reno, ungiste-me com óleo fresco. Os meus olhos também já viram o que é feito dos meus inimigos, os meus ouvidos ouvirão o que sucederá aos malfeitores, que se levantam contra mim. O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro do Líbano. Os que são plantados na casa do Eterno, florescerão nos átrios do nosso deus. Na velhice ainda darão frutos, serão cheios de seiva e de verdura, para anunciarem que o Eterno é reto. Ele é a minha Força, e não há iniqüidade nele.

TRANSLITERAÇÃO

Mizmor shir leiom hashabat: tov lehodot

L’Adonai

ulezamer leshimchá Elion: lehagid baboker chassdechá

ve’emunet’chá balelót: alêi assór va’alêi navel alei

higaion bechinor: ki simachtáni Adonai

befo’alêcha bema’assêi iadêcha aranên: ma gadlú ma’assêcha

adonai me’od amkú mach’shevotêcha: ish

ba’ar lo Ieda uchsil lo iavin ET zot: bifroach

resha’im kemo éssev

veiatsitsu kol po’alêi aven

lehisham’dam adêi ad

ve’atá marom le’olam Adonai: ko hiné

oivêcha Adonai ki hiné oivêcha iovêdu

itpardú kol po’alêi aven: vatarem kir’im

karni baloti beshemen ra’anan: vatabet êini beshurai bakamim

alai merê’im tishma’na oznai: tsadik katamar ifrach

ke’érez balevanon issgué: shetulim bevêit Adonai

bechatserot elohêinu iafrichu: od ienuvun bessêiva deshenim

vera’ananim ihiu: lehaguid ki iashar adonai

tsuri velo avlata bó:

Kaluach 3 - Calendário Cabalistico do Judaismo

OBS.: O "CH" de 'kaluach' é lido como um 'RR' bem forte, ou como o 'J' espanhol.

Kaluach (kabalistic luach) é um software que traz o calendário judaico ao lado do gregoriano, com o qual estamos acostumados, tendo em vista os feriados judaicos, as parashot que estudamos no shabat, a prática diária do israelita, detalhes dos anos e muito mais! Detalhe: o kaluch tem tantos anos pra frente que quando o mashiah vier, o kaluach ainda estará marcando a data (que venha sem demora!). A versão que apresentamos aqui é o kaluach três, uma das melhores.


Com o Kaluach, não tem tempo ruim. Enviar para o Twitter

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lech Lechá

 A Parashá Lech Lechá inicia-se com o chamado de D'us a Avraham, para que deixasse sua terra de origem e a casa de seu pai, sua posição de status e prosperidade, e viajasse à terra que Ele lhe mostraria.
Na chegada, com sua esposa Sara e o sobrinho Lot, na terra de Israel, eles descobrem que a terra foi assolada por uma terrível escassez e por esta razão vão ao Egito para uma breve estadia. Os egípcios imediatamente capturam Sara, a quem Avraham havia identificado como sua irmã, e a levam ao Rei Egípcio.
D'us reage afligindo o rei e sua família com uma peste debilitante até que a liberte, quando então eles retornam à terra de Israel. Os pastores de Avraham e Lot começaram a brigar e os dois decidem se separar, com Lot escolhendo as férteis planícies de Sodoma como sua porção.
A Torá então descreve a guerra infame entre os quatro reis e os cinco reis, durante a qual Lot é feito prisioneiro. A reação de Avraham o faz derrotar miraculosamente os quatro reis previamente vitoriosos e salvar seu sobrinho e se recusa a ficar com as honrarias ou os despojos de guerra para si.
D'us reafirma a Avraham que Ele está a seu lado, e promete que seus descendentes serão tantos que serão incontáveis como as estrelas no céu. O Criador então entra na simbólica Aliança Entre as Partes, com Avraham, prometendo que seus filhos herdarão a terra de Israel, mas não antes de serem exilados numa longa servidão.
Como não tem filhos, Sara dá sua serva Hagar a Avraham como esposa, e nasce seu filho Ishmael. Anos depois, D'us muda o nome de Avram (Abrão) para Avraham (Abraão), e o de Sarai para Sara, e o instruiu na mitsvá, preceito, de brit milá, circuncisão.
A porção conclui quando Avraham na idade de 99, circuncida-se a si mesmo e a seu filho Ishmael, juntamente com os outros homens da família.

Mensagem da Parashá.


Enquanto Nôach é caracterizado como já sendo perfeito quando o encontramos pela primeira vez, a Torá insinua que Avraham ainda não atingira este nível de perfeição quando D'us lhe ordena: "Caminhe adiante de Mim e seja perfeito".
Embora a Torá qualifique o cumprimento a Nôach, limitando sua perfeição dentro de sua geração, Avraham, como um indivíduo, aparentemente carece de algumas características, por meio das quais D'us não poderia descrevê-lo como perfeito e por isso deve dirigi-lo por um determinado caminho. Por que o Criador está aconselhando Avraham a ser perfeito e de que maneira Avraham é deficiente?
Avraham teve uma traiçoeira e complicada missão na vida. Sua revelação independente da verdade do monoteísmo colocou-o em território inexplorado, onde precisaria investigar caminhos nunca antes percorridos. E assim como um desbravador em um lugar inóspito, Avraham deveria buscar rumos que poderiam torná-lo desesperadamente perdido, ou mesmo levá-lo a destinos que ameaçassem sua vida ou a missões desalentadoras.
Sendo um inovador, Avraham deve arriscar-se a fim de desenvolver, esclarecer e entender este revolucionário conceito de monoteísmo. Assim fazendo, emerge uma possibilidade real de que ele tomasse o caminho errado. Este fato não insinua a fraqueza da fé de Avraham, ao contrário, revela uma missão realmente complicada e com muitos fatores contribuindo para a conclusão. Embora hoje entendamos o conceito de um D'us único quase de forma intuitiva, Avraham descobriu e formulou a noção de monoteísmo partindo do zero.
D'us, entendendo todas as ciladas e desvios em potencial que Avraham certamente enfrentaria, aconselha-o a "andar adiante d'Ele". Entretanto, ao caminhar à Sua frente, Avraham deve ser perfeito na busca de seu objetivo, a fim de assegurar o resultado correto.
Cada um tem missões na vida - pessoal, familiar e comunitária. Em todas elas existem muitas ameaças, e corremos o risco de nos desviar do rumo de nosso destino desejado. Mesmo quando estamos mapeando nossos próprios caminhos, desvios podem nos fazer perder o rumo. Enquanto nos esforçarmos para atingir a perfeição, podemos continuar a perseguir nossa missão com certo grau de segurança. É claro que a ameaça continua a existir, porém em menor grau.
Avraham pode e deve atravessar território desconhecido para completar a obra de sua vida, mas com uma orientação e mentalidade de sinceridade e perfeição.
Também nós devemos lutar pela perfeição, atingindo o mais elevado, com sinceras intenções.

A origem do “NOVO TESTAMENTO”

1.1 O chamado “Novo Testamento” é formando de 26 livros, dos quais quatro são supostos relatos – Os “Evangelhos” – sobre a vida e ensinos de Jesus Nazareno, 21 cartas, cuja autoria é atribuída aos primitivos discípulos de Jesus, porém, a maioria teria sido ditada pelo apóstolo Paulo, um judeu convertido posteriormente à seita dos nazarenos há um livro chamado de “Atos dos Apóstolos”, relatando alguns fatos e as atividades dos discípulos após a morte do seu líder, e um livro de misticismo, chamado “Apocalipse” (palavra grega para Revelação). Tais livros formam o fundamento do cristianismo e são apresentados à Humanidade como a última palavra do Criador, em substituição à Torah. Aos Profetas e às Escrituras, que foram o TANA”CH [sigla para Torah, Nevyim veChetuvim] – a Bíblia Judaica, comumente chamada de “Velho Testamento” pelos cristãos”.

1.2 No entanto, a patente contradição do chamado “Novo Testamento” com a TORAH (o Pentateuco), por si só, já é suficiente argumento para refutar sua origem Divina, pois, como diz a Escritura: “Tua Torah é Verdade” (Tehilim [Salmo] 119:142). Assim, qualquer Luz de conhecimento posterior à Revelação do Sinai deve, necessariamente, concordar com os escritos do maior Profeta do Eterno, Mosheh Rabênu [Moisés, nosso mestre], sobre a quem a mesma Torah declarou: “Nunca se levantou em Israel um profeta como Mosheh, com quem o Eterno falou face a face” (Devarim [Deuteronômio] 34:10 ver Shemot [Êxodo] 33:11 Bamidbar [Números] 12:6-8). Quando esse texto foi escrito, para ressaltar a Autoridade Divina conferida a Mosheh, de forma preponderante, Israel ainda não existia com Estado como estado Teocrático. Só mais tarde, portanto, o Eterno inaugurou o Ministério dos Profetas. A expressão “nunca se levantou”, no passado, é dada como fato consumado e definitivo, a ressaltar a impossibilidade de surgir, no futuro, um profeta mais qualificado do que Mosheh. Assim, todos os Mensageiros do Eterno, então, fundamentaram sua pregação nas Palavras reveladas a Moshêh, subordinando-se à Autoridade daquele que também foi considerado pela Torah como o primeiro “Rei em Yeshurun” (Devarim 33:5).

1.3 Na realidade, existem centenas de contradições no texto do “Novo Testamento” quando cotejado com a Torah, assim como, também internamente, Os Evangelhos, as Cartas e os livros de Atos e Apocalipse entram em colapso quando os mesmos relatos ou ensinos são comparados entre si, ou quando perspectiva profética do Tana”ch é posta em análise e confronto com o entendimento dos escritores do “Novo Testamento” . Não é raro perceber-se desde logo, que uma fraude nem sequer bem arquitetada foi levada a efeito nos escritos neotestamentários, pelo menos como atualmente conhecidos. Em razão da fé cega de muitos cristãos, esse assunto não é enfrentado como merece, salvo por uns poucos teólogos de mente mais aberta, pois, do contrário, seria posta em evidência a grande questão embutida nesse cenário de erros grotescos – a saber: a Figura de Jesus Nazareno, atualmente também chamado de Yeshua, por alguns seguidores, como mais um falso messias.

1.4 Urge esclarecer, desde logo, que podemos distinguir três etapas históricas na origem primitiva do cristianismo, todas excludentes, entre si, dos ensinos adotados, tendo-se como paradigma a doutrina de Jesus, como subentendida dos relatos evangélicos. A primeira etapa é a própria “A seita dos nazarenos”, chamada de “O caminho” (Atos 9:2 19:9 22:4), a qual ainda estava identificada como o Tana”ch, conforme esclarecido por Paulo, após sua conversão à seita (Atos 24:5, 14 26:22 28:23)”. Aos poucos, porém, Paulo rompeu com os nazarenos, estabelecendo uma divisão teológica irreversível, que, na prática gerou o paulinismo (1 Coríntios 1:12), a segunda etapa da religião cristã. Paulo realmente desafiou autoridade dos primitivos apóstolos, como Pedro, a quem considerava hipócrita, por apegar-se a valores judaicos (Gálatas 2:11-14). Por fim, veio a lume o constantinismo, a terceira etapa, quando as mudanças estruturais pregados por Paulo encontram o campo fértil para o sincretismo com as religiões pagãs, sendo tal amálgama apresentado como a religião do Nazareno, que se espalhou pelo mundo, a partir de Roma.

1.5 Nesse sentido, registra-se que o “Novo Testamento”, tal como hoje conhecido, não pode ser visto como uma obra acabada dos primitivos apóstolos e discípulos de Jesus, mas como uma produção literária muito posterior, forjada em época de fortes contendas teológicas sobre a pessoa e a obra do Nazareno, com interesses políticos evidentes, tanto da parte do Império Romano, então em decadência, quanto da parte dos clérigos e autoridades religiosas, já emprenhados em disputas pelo poder mundano. No império Romano, é destacada a figura de Constantino, o imperador-sacerdote do deus-Sol, ao qual eram dedicadas as festas saturnais do fim do ano (calendário romano), aí incluindo o Natalis Solis Invicti [Dia do Nascimento do Sol Vitorioso"], posteriormente comemorado também como o Natal ou Nascimento de Jesus, no dia 25 de dezembro. Para enfatizar sua adoração ao deus-Sol, Constantino, por meio do Edito de 7 de março de 321 EC, transferiu o culto dos cristãos, ainda no Shabat - uma reminiscência dos primitivos seguidores judeus de Jesus, membros da seita dos nazarenos – para o primeiro dia da semana, então conhecido como “Dia do Sol”, como até hoje se vê em alguns idiomas (Sunday), em Inglês: Sonntag, em alemão), e posteriormente denominado, pelos cristãos, de “Domingo” [em latim: Dia do Senhor].

1.6 Dois marcos históricos principais estão associados com formato do “Novo Testamento” atualmente conhecido. O primeiro marco foi o Concílio de Nicéia (iniciado em 325 EC), convocado pelo Imperador Constantino que presidiu na sua abertura mesmo sendo um “pagão”, pois jamais Constatino se convertera ao cristianismo, conforme relativo fantasioso da igreja de Roma. Ele exerceu o cargo de sacerdote do deus-Sol até que, no seu leito de morte, em 337 EC, o bispo de Roma procedeu ao ritual de conversão, quando ele nem mais podia manifestar-se sobre se essa era sua vontade. No Concílio de Nicéia, foi aprovado, além da autoridade política dos bispos, o cânon do “Novo Testamento”, quando foram rejeitadas centenas de escritos tidos como sagrados por muitos cristãos fora de Roma, compostos de relatos evangélicos e cartas dos apóstolos e primitivos discípulos, hoje rejeitados. Também naquela ocasião, por meio de voto, foi aprovada a “divindade de Jesus”, que, a partir de então, passou a ocupar, oficialmente, o papel de Segunda pessoa da trindade, abrindo-se daí a oportunidade ao estabelecimento da mariolatria, pois Maria, genitora de Jesus Nazareno, logo seria alçada ao papel de “mãe de D-us” (em grego: “theotokos”), já que, obviamente, Jesus sendo deus, segundo essa doutrina, sua genitora seria a “mãe de D-us”, como hoje é adorada pelos cristãos católicos e ortodoxos gregos e russos.

1.7 Pela importância do papel do imperador Constantino na formação da nova região, que, na verdade, é uma fé essavita (oriunda de Essav, ou Esaú, pai dos romanos e italianos), cujo fim último é perseguir a Israel, poderia o cristianismo ser denominado de constantinismo. Afinal, graças ao imperador romano foi possível elencar, durante o Concílio de Nicéia, as doutrinas principais da nova religião, nascida em Roma, de onde se espalharia pelo mundo, deixando em seus caminhos históricos as marcas de conversões forçadas, de derramamento de sangue e assassinatos, de escravização de povos e destruição de culturas. Ademais, de forma ainda mais marcante, o constantinismo é a religião do antijudaísmo, como ficou bem claro no decorrer dos últimos quase dois milênios, pois, para justificar sua própria existência, a nova religião romana não apenas procurou afastar-se de suas fontes judaicas, oriundas dos primitivos seguidores judeus de Jesus, mas decidira, induvidosamente, destruir os próprios israelitas, para que se consumasse a tese que ficou conhecida como Teologia da Substituição – cuja premissa é esta: uma vez que a igreja foi levantada para substituir a Sinagoga, os judeus deveriam ser eliminados, porque seriam um entrave, nesse novo cenário, para a supremacia cristã, conforme um dos textos mais coloridos de anti-semitismo do “Novo Testamento”: os “judeus não somente mataram o senhor Jesus e os profetas, como também nos perseguiram, e não agradam a D-us e são inimigos de todos os homens” (1 Tessalonicenses 2:15): Como diz “Ave Maria”, edição católica, de 1967, “os judeus eram agora rejeitados por D-us” (p. 1.535). Esse pensamento malvado serviu de pretexto, máxime pela mentira de que foram os judeus que assassinaram o messias dos cristãos, para respaldar a tese de ser a “vontade de D-us” a promoção de toda a sorte de perseguição do Povo de Israel, nestes quase vinte séculos de história da igreja.

1.8 O segundo marco dessa história mal contada e deturpada pelos cristãos, como bem sabido dos estudiosos, tem a ver com o tempo do bispo Dâmaso (papa Dâmaso), que determinou a “São” Jerônimo [viveu entre 342 EC a 420 EC] que precedesse a uma reforma no texto do “Novo Testamento”, para eliminar seus conteúdos considerados exacerbadamente judaicos, retirando as possíveis dúvidas sobre a origem de Jesus Nazareno [a quem nenhum livro de História da época se refere] a afastando certas passagens que retratavam a humanidade do messias cristão de forma considerada exagerada. Em seu livro derradeiro, Retractationes, Jerônimo confessa sua resistência em obedecer à ordem papal e principalmente suas crises de consciência em ter cumprindo uma missão que resultou em fraude maior do que aquela perpetrada pelo Concílio de Nicéia.

1.9 Sobre a farsa a que fora levado pela ordem papal, “São” Jerônimo escreveu ao pontífice romano: “De velha obra me obrigais a fazer obra nova. Quereis que, de alguma forma sorte, me coloque como árbitro entre os exemplares das Escrituras que estão dispersos por todo o mundo e, como diferem entre si, que eu distinga os que estão de acordo com o verdadeiro texto grego. É um piedoso trabalho, mas é também um perigoso arrojo, da parte de quem deve ser por todos julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido. “Ele ponderou, após tantas alterações nos textos: “Meclamitans esse sacrilegiu qui audeam aliquid in veteribus libris addere, mutare, corrigere” (“Vão clamar que sou um sacrilégio, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir algumas coisas nos artigos livros” (Obras de São Jerônimo, 1693). Quando um cristão lê o “Novo Testamento”, o grau de sua ignorância pode ser mensurado pelo valor atribuído à obra como um todo. Ou ela é de D-us, ou não é, e a única maneira de saber-se isso é comparando-a com a Revelação do Sinai.

1.10 Foi assim que, depois de tantas “arrumações” e “arranjos”, o “Novo Testamento” veio ser esse amontoado de textos contraditórios, espúrios, com acréscimos atualmente denunciados como invenções nas várias versões das Bíblias cristãs hodiernas cuja edições atuais colocam entre parêntesis ou em notas marginais o descobrimento de algumas trapaças. É significativo analisar eu, em razão de tais mentiras e embustes, um número incalculável de seres humanos foi morto, ou assumiu o papel de mártires de uma fé cujas bases de sustentação são o engodo, a credulidade, a falsificação de fatos históricos e a deturpação dos textos sagrados dos judeus, utilizado de forma desautorizada e contraditória, para emprestar validade a tantas tramas e deboches. Na verdade, cristãos sinceros, sem se aperceberem que são vítimas de falsidade histórica, admiram-se de os judeus não terem aceitado a Jesus como seu messias. Esse cenário está mudando hoje – muitos cristãos, especialmente os descendentes dos convertidos à força durante a chamada “santa” Inquisição – Os B´ney Anussim – estão acordando para a realidade de que a única Revelação verdadeira foi dada no Sinai e aos Profetas de Israel (Devarim 4:5-8 Tehilim que os judeus são os únicos depositários dos “Oráculos de D-us” em Romanos 3:1, 2 9:4 João 4:22). O “Novo Testamento”, devidamente lido, não passa de um amontoado de tolices e contrações, incapazes de satisfaz à busca da Verdade por uma alma sincera. Não resiste a um confronto com a Bíblia Judaica.

II – UMA BREVE CONSIDERAÇÃO DO TANA”CH COMO MARCA DEVASTADORA DA FALSIDADE DO “NOVO TESTAMENTO”

2.1 Uma pessoa honesta, que lê a “Carta aos Hebreus”, cuja autoria é atribuída ao apóstolo Paulo – Um judeu, de origem romana, que, como visto, deu nova fisionomia aos ensinos de Jesus, rompendo, assim, com a Torah – embora o estilo da escrita destoe totalmente das demais epístolas paulinas, perceberá o esforço inteligente do seu autor para provar a “divindade” do Nazareno, como se o fim colimado desse desiderato fosse convencer os judeus que seu messias já havia chegado e era um deus. Todavia, o autor da Carta aos Hebreus perde-se em temas tão simplórios, para uma consideração paradigmática do Tana”ch, que chega a ser infantil. Por exemplo, no capítulo 3, o escritor dessa Carta faz a seguinte comparação entre Jesus e Mosheh:

a) enquanto Mosheh era Servo de D-us, Jesus é Filho

b) Mosheh foi fiel na Casa de D-us, e Jesus era o construtor da Casa e, assim, era o próprio Deus

c) em razão disso: Mosheh seria inferior, merece menor honra, afinal, se Jesus é D-us, Moisés é seu servo. Mas há um problema insolúvel nessa análise superficial dos fatos. Voltemos à Torah veremos que os escritos de Paulo e de outros escritores do “Novo Testamento” não resistem a mais obsequiosa análise e defesa.

2.2 De fato, quando o apóstolo Pedro valeu-se do texto de Devarim 18:15-19, para “provar” que Jesus era o prometido Profeta, como lemos em Atos dos Apóstolos 3:22 e 23, o mesmo fazendo o discípulo Estevão em Atos 7:37, fica evidente uma questão judaica indestrutível por qualquer argumento contrário: o Profeta Prometido não poderia ser diferente ou mais importante do que Mosheh, seria um homem como Mosheh, não um deus encarnado: seria um judeu submisso a D-us, e jamais um Profeta teria maior glória do que Mosheh em Israel, como está escrito na Torah. Com efeito, o ponto essencial é este: “Um Profeta semelhante a mim” (Devarim 18:15, 18). Como o escritor da Carta aos Hebreus atribuiu divindade a Jesus, este não é o “Profeta semelhante à Mosheh”, desqualificando a Jesus, destarte, de ser o Prometido Messias. O verdadeiro mashich, ainda que realize obras mais poderosas do que as feitas por Mosheh, sujeitar-se-á, sempre, aos escritos mosaicos, pregado por Paulo, que acusa a Torah de cegar os judeus! (Gálatas 3:5 2 Coríntios 3:7, 8, 13-16)

2.3 Nesse contexto, é de todo interessante notar que os judeus, logo após a morte de Mosheh, estimavam que Yehoshua (Josué) fosse no máximo semelhante à Mosheh, embora com uma missão em certo sentido até mais relevante – a de levá-los à consumação das Palavras da Torah, proferidas pelo Eterno, quando à conquista da Terra Prometida. A mesma ameaça que lemos em Devarim 18:19, quanto a ser morto aquele que rejeitasse as Palavras do Profeta semelhante à Mosheh, os israelitas a aplicarem a seu relacionamento com Yeshoshua (ver Yehoshua [Josué] 1:17, 18). Imagine-se, pois, se diferentemente do que nossos antepassados disseram a Yehoshua: “Queremos que tu sejas semelhante à Mosheh”, tivessem este dito: “Iremos te considerar mais importante que Mosheh”! Essa situação desqualificaria Yehoshua quanto a ser um Profeta do Eterno, posto que ele fosse diferente e superior a Mosheh. Quanto a isso, conforme já vimos acima, a Torah é definitiva: “Nunca se levantou em Israel um profeta como Moshes, com quem o Eterno falou face a face”. Devarim 34:10 ver Shemot 33:11 Bamidbar 12:6-8) Ao tentar conceder a Jesus uma distinção inexistente, a bem da verdade, o escritor da Carta aos Hebreus deu um golpe de morte na sua pretensão de ele ser reconhecido com o Messias de Israel! Definitivamente, à luz da Torah, Jesus não é o Messias esperado.

2.4 Uma outra “pérola”, no meio de tantas outras, do escrito da Carta aos Hebreus, foi à construção totalmente forçada de que a “Nova Aliança” (de onde veio a idealização do “Novo Testamento”, ao passo que nunca houve um “Velho”, já que nenhum homem morreu em favor dos israelitas, deixando sua herança no documento chamado de “Testamento”), tem a ver com a profecia de Yirmeyahu (Jeremias) 31:31-34, literalmente citada em Hebreus 8:8-12. Alguns problemas, porém, devem ser suscitados aqui. Um deles, gritante, é que na época de Jesus não mais existia o país “Israel”, independente, que constituiu o Reino Setentrional da Terra Santa, mas apenas a parte chamada “Yehudah” (Judá) permanecia em evidências, graças às promessas Divina da perseverar Judá (Melachim Álef [ 1 Crônicas] 11:32 Melachim Beit 12 (2 Crônicas, cap. 12). O Profeta Jeremias, todavia, fala de uma Nova Aliança a ser feita exatamente com a Casa de Israel e com a Casa de Judá. Daí ser necessário observar que essa profecia somente poderá acontecer quanto se cumprir outra profecia – a da restauração das duas Casas: Israel e Judá – a sua subseqüente reunificação, conforme consta de várias outras profecias (Yiechezkel [Ezequiel] 37:16-25 ver Yieshayhu [Isaías] 11:11, 12 Yirmeyahu [Jeremias] 3:18 50:4.

2.5 Portando, quando Jesus entrou no cenário judaico, no primeiro século da Era Comum, não havia mais as duas Casas – a de Judá e a de Israel – mas unicamente a Casa de Judá, incluindo judeus da tribo de Benyamin, além dos levitas, a qual se encontrava sob o domínio romano. Por isso, a própria origem do chamado “Novo Testamento”, seria a “Nova Aliança”, predita em Jeremias 31:31, é fraudulenta, porque, não existindo a “Casa de Israel”, algo a ser compreendido na restauração das Tribos perdidas, que é uma das missões do Mashich verdadeiro (Yishayahu 11:1, 11,12 49 6), não poderia Jesus ser o mediador dessa “Nova Aliança” apenas com a “Casa de Judá”. Para compreender plenamente essa questão, é mister recordar-se que a vinda do Mashiach de Israel, o Descendente de Yishay, pai de David, como predito em Yishayahu 11:1-12, somente ocorrerá após a Segunda Grande Teshuvah (Retorno) e a Reunião dos Judeus, sim, “pela Segunda vez”, após a Segunda destruição do Beit HaMikdash, evento que, de acordo com os evangelhos, Jesus predisse a destruição do Templo sagrado, ele não pode ser o Mashich, pois o Mashich somente viria depois dessa destruição e a própria vinda do Mashich legítimo somente ocorrerá no fim da grande Diáspora, iniciada com a destruição do Segundo Templo! (é só ler Yishayahu 11:1, 2, 11,12).

2.6 De fato, entre os grandes eventos preditos, para a vinda do Mashich, está o retorno de judeus à Terra Santa e a reunificação das Casas de Judá e de Israel (Yishayahu 37:15-28) e o domínio de Israel sobre o Monte Moriah, onde será edificado o Terceiro Templo, terminando os dois mil anos ou “dois dias” preditos por Hoshea 6:1, 2 (um dia equivale a mil anos para o Eterno, conforme o Tehilim [Salmo] 90:4), quando os filhos de Israel retornariam à Terra Santa para, ali, restabeleceram os sacrifícios, e o próprio Santuário Sagrado será o penhor da Nova Aliança, que é uma Aliança de Paz (Hoshea 3:4, 5 Yiechezkel 37:21-28), Nesse sentido, o “Novo Testamento” é uma farsa que, sem dar-se conta do alcance e do tempo especifico do cumprimento das profecias, apresenta (divagações) em que se confundem contradições e sofismas diversos. Um exemplo adicional desse cenário contraditório é a questão de um ser humano poder ser ensinado por outro, após a plena implantação da Nova Aliança. No texto de Jeremias 31:31, 33, 34, foi predito: ‘“Eis que vêm dias’, diz o Eterno, irei concluir uma Nova Aliança com a Casa de Israel e com a Casa de Judá”’, `“Esta é a Aliança que firmarei com a Casa de Israel, depois daqueles dias’, diz o Eterno, ‘implantarei Minha Torah no seu íntimo, e escreverei no seu coração. E não mais ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: ‘Conhece ao Eterno’, porque todos Me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Eterno, ‘pois perdoarei as suas iniqüidade e dos seus pecados jamais Me lembrarei’”.

2.7 Como sabido, quando a Verdadeira Aliança do Mashich estiver em operação, a Humanidade adquirirá tão elevado conhecimento da Torah, que todos os seres humanos serão igualmente integrados à plenitude Divina e tudo funcionará para o bem comum (Yieshayahu 11:9 Tehilim 22:26-28). Ninguém precisará mais de instrutores, de pregadores e de líderes religiosos. Nenhum homem dominará outro homem para desgraça, como ocorreu na História (Kohelet [Eclesiastes] 8:9). Ao aplicar esse texto de Jeremias, para dar uma roupagem profética ao “Novo Testamento” (e Hebreus 8:10, 11), mais uma vez restou exposta a fraude neotestamentária do proselitismo determinado: “Ide e fazei discípulos e todas as Nações, batizando-as... ensiando-as a obedecer todas as coisas que vos ordenei” (Mateus 28:19, 20) Se, como vimos, a Nova Aliança proíbe, taxativamente o ensino, nesta palavras: “Não mais ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: ‘Conhece ao Eterno, porque todos Me conhecerão, desde o menor até ao maior deles”, como é possível identificar o chamado “Novo Testamento” cristão com a “Nova Aliança” Judaica? Ademais, na perspectiva profética, não são os judeus que procurarão os gentios, nos Acharit Hayamim [últimos dias da História], mas são os gentios que procurarão os judeus, para servirem ao mesmo D-us, após a construção do Terceiro Templo, no Monte Moriah, em Yierushalayim (ver Yieshayahu 2:2-5 56:1-8 Zacharyah [Zacarias] 8:20-23.

2.8 Um segundo aspecto, entre centenas de outros, a desmascarar a falsa pretensão de o “Novo Testamento” ser Palavra de D-us, em confronto com a Revelação do Sinai, tem a ver com a fraudulenta aplicação de Hoshea (Oséias) 11:1 ao menino Jesus, em que fuga para o Egito, apresentada apenas no evangelho de Mateus como uma determinação dada por meio de um anjo, em sonho, a José (Mateus 2:13-15). Segundo a narrativa, D-us não teria encontrado outro meio para salvar o “Seu Filho”, senão pela violação de Sua Torah, na qual o Eterno determina que, entre os deveres de um rei judeu, está a proibição de fazer o povo retornar ao Egito, porque a Mitzvah é clara: “Nunca mais deveis retornar por este caminho” (Devarim 17:16). A invenção da ida dos pais de Jesus ao Egito, vendo-se o assunto sob óptica mais benévola, não poderia jamais acontecer, diante da ameaça do Profeta Yieshayahu (Isaías): “Ai dos que descem ao Egito em busca de Socorro... Os que não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Eterno” (Yieshayahu) 31:1 ver 30:1, 2). Na verdade, a Torah considera a ida ao Egito, ainda que em busca de socorro, como um dos mais graves castigos em razão de ignominiosos pecado praticados contra o D-us de Israel (Devarim 28:68), uma verdadeira negação da Primeira Pronunciação: “Eu sou o Eterno, teu D-us, que te fiz sair da Terra do Egito, portanto, é uma traição ao D-us Libertador!” É retornar à terra da escravidão!

2.9 Todavia, por mais incrível que possa parecer, esse ensino, cheio de aberrações terríveis, do ponto de vista da Torah, encontrou respaldo em outro exercício de fraude impensável: estava prevista essa ida ao Egito! Assim, lemos em Mateus 2: 14,15 que José “ levantou-se, tomou de noite o menino a sua mãe, e partiu para o Egito, e lá ficou até á morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio de seu profeta: “ Do Egito chamei o Meu filho.” Como sabido, essa citação é parte de Hoshea 11:1: “Quando Israel era menino, eu o amei e do Egito chamei o meu filho.” Esse texto sagrado, no entanto, nada tem a ver com a trama neotestamentária, por simples razão: reporta-se á libertação de judeu para lá, algo proibido logo no verso 5, do mesmo capítulo 11 de Hoshea, como também em vários outros textos do mesmo profeta (hoshea 7:16 8:13 e 9:3). No texto citado, o Eterno está recordando o que já fez por Israel no passado e não o que ele faria no futuro, pois o inteiro cenário tratado quanto a uma ida a mitzayim é sempre no contexto de castigo, pela rebeldia e pela violação da torah (Devarim 28:68). Pena que Mateus, sendo judeu, se realmente era, ou quem o reescreveu, não viu nada disso, e deturpou a torah para fundamentar a ida do menino Jesus ao Egito-um lugar proibido, para buscar-se refúgio e, com essa desobediência, livrar-se de Herodes, que iria a falecer só mais tarde. Não seria mais fácil para o Todo-Poderoso retirar de Herodes do caminho, ao invés de mandar o menino e sua família para o Egito? Assim, que certeza poderíamos ter de ele ser coerente?

2.10 Há uma outra questão de suma importância para provar as fraudes do “Novo Testamento” e tem a ver, desta feita, com a virgindade de Maria, quando do nascimento de Jesus nazareno. Uma das invenções mais grosseiras do “Novo Testamento”, de fato, consiste no ensino do nascimento virginal de Jesus, pois apresenta como erro do criador a normal faculdade da geração e concepção de filhos, como escreveu Tomás de Aquino, considerando um dos baluartes do cristianismo, ”doutor da igreja”: ´D-us deveria ter encontrado uma maneira menos imunda para a procriação ´. Essa rejeição da primeira de todas as Mitzvot da Torah, a procriação (Beresht 1: 28), pelo cristianismo, ao forjar o ensino de que Maria mãe de Jesus continuou sendo virgem após a concepção e o parto, emprestou uma inexistente pecaminosidade ao sexo, como é crença generalizada na igreja, que proíbe o casamento de clérigos, exige o celibato de homens e mulheres que quiserem viver uma vida de maior “santidade”, desvirtuando, assim, a santidade do matrimônio e o prazer sagrado que vem da relações sexuais (Mishley 5:15-21). Essa questão colide, inclusive, com o entendimento cristão de que o Isaque, mesmo tendo sido gerado por meio de uma relação sexual de Abrahão e Sarah, nasceram do espírito santo (Gálatas 4:29). Por que não seria assim com Maria e José, no tocante ao seu filho, Jesus? Não nasceu Jesus se uma mulher? (Gálatas 4:4).

2.11 Todavia, como sempre ocorre, para fundamentar-se, a falsidade precisa de um pouco de verdade. Assim, nada mais “inteligente” do que construir a teologia da virgindade a partir de um texto mal aplicado do Tana”ch – e esse texto é o do profeta Yieshayahu (Isaías) 7:14, que reza, no texto hebraico literal: “Portanto, dará o Eterno mesmo para vós sinal: eis, a donzela grávida dará à luz filho e lhe chamará o nome Imanu El” (que significa: “Conosco [está] D-us”). A começar pelo fato de não contar no texto a palavra “virgem” (em hebraico: betulah), mas almah, ou seja, jovenzinha ou donzela, várias situações mostram o inútil esforço da igreja para, à semelhança das religiões do Egito, Índia, Pérsia etc., cujos avatares nasceram de virgens.


- Osíris, Krishna e Mitra, respectivamente – também apresentar ao mundo o seu deus (Jesus) como nascido de uma virgem. Ademais, na Pérsia, Zoroastro era visto como o redentor do mundo, nascido de uma virgem o próprio Buda também nasceu de uma virgem, chamada Mai ou Maria os Siameses criam num deus nascido de uma virgem chamada Codom, que fora avisado por anjo que se tornaria mãe por meio dos raios de Sol, e que o filho teria natureza divina. Essa falsidade, como visto, não é exclusiva dos cristãos, pois é mais antiga do que sua fé, mas o paganismo também dominou o tema no seio do cristianismo.

2.11 Diante desse quadro estranho, a única coisa que os cristãos não fizeram, para perceber a fragilidade dessa tremenda falsidade, foi ler todo o capítulo sete de Isaías, e forjaram a história da virgindade, a qual logo leva o leitor à seguinte questão: Quem mentiu – o Profeta Isaías, que diz que o nome da criança seria Emanuel [Imanu El], ou o anjo analfabeto, que não leu Isaías e mudou o nome do bebê para JESUS? (Ver Mateus 1:21), Ora, ninguém nunca chamou Jesus pelo nome de Emanuel, e sabemos que realmente nasceu um menino, nos dias de Acaz, segundo a Profecia, que a ele se dirige como Imanu-El (Isaías 8:8), atribuindo-se ao Rei Ezequias esse título, em razão das grandes obras por ele promovidas, na condição de instrumento do Eterno. No entanto, a grande dificuldade não é apenas a do nome – que é muito relevante em termos de Escrituras Sagradas – mas tem a ver com o tempo de cumprimento da própria profecia sobre o nascimento de Emanuel, como sinal Divino.

2.13 Os cristãos tomaram o bonde errado, ao presumir que poderiam levar a profecia de Isaías 7:14 para quase sete séculos. Depois, para a época de Jesus, uma vez que o Eterno fixara, por Seu santo Profecia, Isaías, o tempo preciso do cumprimento dessa profecia, que era de apenas até treze anos, ou seja, o tempo em que o menino faria seu Bar Mitzvah. Basta ler, na tradução católica A Bíblia de Jerusalém: “Pois sabei que os senhor mesmo dará um sinal: Eis que a jovem concebeu e dará a luz um filho e pôr-lhe-a o nome de Emanuel. Ele se alimentará de coalhada e de mel até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, por cujos dois reis tu te apavoras, ficará reduzida a um ermo” (Isaías 7: 14-16). Os dois reis – Retzin, da Síria, E Fecach, de Efráim [Samária] – uniram-se para atacar Judá, mas o Eterno disse que isso resultaria em nada, e deu o sinal do nascimento de Emanuel – um sinal para os dias de Achaz, enquanto Judá estava sob a ameaça desse dois reis inimigos. Não há como estender esse sinal para os dias em que os romanos dominavam a inteira Terra de Israel, pois essa extensão de tempo colide, ainda, com os sessenta e cinco anos finais de sobrevivência do rebelde Efráim (Samária) (ver Isaías 7:8 2 Reis 17: 1-6). A simples leitura de todo o capítulo 7 Isaías expõe a fraude dos cristãos e na estranha história da “Virgem Maria”. Aliás, da família de Jesus tudo o que se pode ver é confusão. De fato, quem era seu avô, pai de José? Mateus diz que era Jacó (Mateus 1:16) Lucas discorda, e diz que era Eli (Lucas 3:23). O mais grave, porém, é que Mateus (1:11,12) inclui Jeconias entre os ancestrais do Nazareno, o que impede Jesus de pleitear o trono de David, diante do impedimento de os descendentes de Jeconias poderem ser reis em Judá, por determinação divina (Jeremias 22:24-30).

III – NOSSO REPÚDIO PELAS MENTIRAS DO “NOVO TESTAMENTO” O CONFRONTO COM A VERDADE!

3.1 Quando uma pessoa que se diz “judeus messiânico”, ou seja, que é um pretenso “judeu cristão”, vai rezar no “Muro das Lamentações” sente um terrível impacto: Há um Muro (Kotel), que subsiste há muitos séculos de História. Segundo a Fé judaica, essa grande Parede de pedras dá testemunho de que continuamos esperando o nosso Mashiach, como está escrito: “O meu Amado é semelhante ao gamo ou ao filho da gazela Ele está detrás da nossa Parede, olhando pelas janelas, espreitando pelas frestas” ( Shir HaShirim 2:9). Ora, a própria continuidade da grande Parede do Kotel – o lugar mais sagrado do Judaísmo – até os nosso dias é um forte Testemunho da veracidade da Palavra do Eterno. Mas, ao mesmo tempo, suscita, para os cristãos e “judeus messiânicos”, uma triste lembrança – Jesus mentira, quando profetizou: “Em verdade vos digo não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24:2). As pedras do Kotel HaMaaravi continua umas sobre as outras. A profecia de Jesus falhou espalmadamente!

3.2 Não foi somente essa profecia de Jesus que não teve cumprimento. Há algumas mais dramáticas. Por exemplo, Jesus disse que seus discípulos não terminariam de pregar nas cidades de Israel e nem morreriam antes de verem chegar o “Filho do Homem” no seu reino – o que não aconteceu, como sabemos, até nossos dias – Mateus 10:23 16:28 24:14. Naturalmente, o Reino de D-us, nos precisos termos descritos por Daniel 2:44, é um Governo real, que acabará com os sistemas políticos terrestre e os substituirá, definitivamente, pelo terrestres e os substituirá, definitivamente, pelo Reinado da Casa de David. Se um cristão tenta convencer-nos de que a chamada “transfiguração” seria esse “reino”, realmente está delirando. O Reino de D-us não se sabe por que, nem poderia ser relatada para ninguém conforme ordem de Jesus (Mateus 17:9). Claro, se Jesus disse que seu reino “não é desde mundo” (João 18:36), mas o Reino de D-us é deste mundo e destruirá os demais reinos deste mundo e somente ele permanecerá (Daniel 2:44 Tehilim 110:1-8, texto heb.), ou seja, somente Israel restará (Jeremias 30:10,11 46:28), o reino de Jesus deve ser outro planeta. Não admira que ele, nas duas mais importantes ocasiões em que poderia provar sua pretensão real, simplesmente agiu com covardia! (João 6:15 Mateus 26:63, 64). Sim, não quis assumir o que o anjo do evangelho sobre ele dissera: “D-us lhe dará o trono de Davi, seu pai! (Lucas 1:32). O trono de Davi era deste mundo!

3.3 Libertar uma pessoa que passou pela lavagem cerebral do “Novo Testamento” certamente não é fácil. Crer em mentiras deslavadas faz parte da teologia cristã. Um exemplo é a deturpação do relato do historiador judeu Flávio Josefo, no livro Guerra dos Judeus contra os Romanos (cap. 19, parte 321), sobre a morte de um homem chamado Zacarias, filho de Baraquias, no Templo, evento que ocorreu quase quarenta anos depois da morte de Jesus. No entanto, ao escrever seu evangelho, o discípulo Mateus apresenta Jesus dizendo que Baraquias era pai do Profeta Zacarias, sacerdote assassinado no pátio do Templo, em Jerusalém. Houve uma tremenda confusão em Mateus 23:35, porque o Zacarias morto a mando do ímpio rei Yash (Jeoás), tinha por pai Yehoiada, como se pode ver em Divrey Hayamim [2 Crônicas] 24:20. Assim, o Mateus tomou como matéria de fundo do seu relato um evento ocorrido muito depois da morte de Jesus, e por isso, ou Mateus não sabia que o Profeta Zacarias, que não é o mesmo escritor do Livro de Zacarias, tinha por pai outro homem. Essa confusão desmerece o relato.

3.4 Uma outra questão essencial na nossa rejeição de qualquer possibilidade de admitir o “Novo Testamento”, mesmo como livro histórico, é a intenção evidente com que os escritos foram deturpados, de modo geral, os escritos foram deturpados, de modo geral, para fundamentar o anti-semitismo que norteou o morticínio dos judeus nestes quase dois mil anos de supremacia do cristianismo. O deboche atinge o auge quando Israel é simplesmente substituído pelos gentios, como se todos os juramentos Divinos, feitos aos nosso antepassados, fossem promessas passíveis de alteração. Os constantes ataques contra os fariseus, de parte de Jesus, realmente mostram que ele não cumpria nem sequer o que ensinava, quanto a não retaliar os inimigos. Segundo Mateus e Lucas, o mestre foi muito além, põe os “filhos do reino” – os judeus – no inferno, e os gentios são contemplados, no Mundo Vindouro, com a vida eterna junto com Avraham, Yitzchak e Yaakov, e todos os Profetas (Mateus 8:11 12: 13:28, 29) assim ao invés de serem os judeus os reunidos dos quatro cantos da Terra, com predito (Isaías 43:5-7 49:12), a igreja pretende ser destinatária, no lugar dos israelitas, das promessas de restauração e, para isso, transformou os gentios em substitutos dos filhos de Avraham. No entanto, no Propósito Divino, os não-gentios são chamados a participar da alegria do Povo de Israel, o Povo salvo pelo Eterno, e não a usufruir a Redenção, exclusivamente, ou como substitutos dos judeus (Devarim 32:43 33-28, 29).

3.5 Da leitura do “Novo Testamento”, ressalta-se a única conclusão possível: não se trata de uma mensagem Divina, dadas as hostilidades contra a santa Torah. A aceitação desse conjunto de heresias – além da generosa proposta de Rav Rambam, de que D-us pode usar tanto o Nazareno quanto o Ismaelita, como instrumentos para “pregar o caminho para o Rei-Messias, moldando o mundo todo para servir a D-us conjuntamente” [Mishnê Torá, Imago, p. 296] – é realmente repudiar a Torah, e os Profetas. Nesse caso, jamais poderemos, como judeus, trair nossa fé ancestral, em razão da qual fomos constituído o povo santo e especial de nosso D-us. Nesse diapasão, devemos identificar o perigo que causará á nossa segurança espiritual manter amizade com quem se esforça em nos afastar da Torah para crer num “senhor morto”, num falso messias e num deus desconhecido de nossos Patriarcas. É mister recuperar a plena consciência de que não é possível fazer um amálgama de doutrinas judaicas e cristãs. Simplesmente, isso é impossível. Quando nos deparamos com pessoas sejam elas quem forem que desejam nos seduzir para crer no falso messias com tais, porque estaríamos adentrando no caminho da idolatria, para adorar outro Deus, que não o KADOSH BARUCH HU. Lembremos-nos, portanto, da advertência da torah: “se teu irmão, filho de tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher de teu amor, ou o amigo que amas como a tua própria alma te incitar em segredo, dizendo: “vamos e sirvamos a outros deuses, que não conheceste, nem tu, nem teus antepassados, não concordarás com ele, nem o ouvirás não o olharás com piedade, não o pouparás, nem o esconderás...” (Devarim 13:6-8). O desprezo a tais pessoas é a nossa segurança espiritual. Descarta-se, daí, a possibilidade de ecumenismo perigoso.

3.6 Uma das dificuldades adicionais da aceitação da Messianidade de Jesus Nazareno, além do fato dele não ser descendente de David Melech (pois os evangelhos dizem que José era apenas seu pai adotivo, e nessa situação nem mesmo ele poderia ser aceito na Congregação de Israel, por ser um bastardo – Devarim 23.2), é o tempo decorrido desde sua vinda e o não - cumprimento das profecias que, na visão dos Profetas de Israel, teriam imediata realização como promessas messiânicas. O cristianismo falhou em tudo. O cenário do mundo atual, a par das desgraças perpetradas pelos professores seguidores do Nazareno contra o nosso povo, comprova a fraude que o cristianismo tem patrocinado para a sofrida humanidade. É por isso que nós - judeus, não podemos assimilar essa fé decadente, essa farsa gritante e aceitar o espúrio messias dos Cristãos. Precisamos ser livres do ideário cristão, porque suas expectativas são falsas, seus ensinos contradizem a nossa Torah e nós, judeus, temos todo o arcabouço da sabedoria infinita para nos guiar até à chegada do nosso Mashiach, cuja vinda anelamos todos os dias.


IV – AS CONTRADIÇÕES QUE A TRAMA NEOTESTAMENTÁRIA NÃO CONSEGUIU APAGAR.

4.1 O simples exame dos escritos do “Novo Testamento”, que servem de base para a fé de cerca de dois bilhões de seres humanos, dá conta de que não resistem a uma análise até singela. Pela aplicação do método de Shlomoh, para a interpretação dos textos sagrados, “comparado uma coisa com outra, para a respeito delas formar o meu juízo” (Kohelet Eclesiastes) 7:27, Verificaremos que cada comparação, seja dos textos do “Novo Testamento” com os do TANA” CH (a Bíblia Judaica), bem como nos próprios textos da bíblia cristã entre si, a confusão é grande, ‘às vezes as discrepância chegam a ser ridículas. O lamentável é que há judeus se voltando para essas coisas espúrias, abandonando o povo escolhido, justamente quando os sinais da chegada do verdadeiro Mashiaach já apontam o despertar da era Messiânica. Por isso, a necessidade de uma reeducação de famílias de judeus assimilados, ou em processo de abandono da Torah, para que tomem conhecimento do perigo espiritual que estão correndo, ao acreditarem em mentiras e tramas nem sequer bem urdidas.

4.2 Como judeu, além do método de Shlomoh, acima mencionado, temos as “Treze Regras do Rav Yishmael”, para a segurança das interpretações (Ver Sidur da ED. Sêfer, pp. 302, 303). Usando-se esse método, qualquer tentativa para colher alguma conciliação entre os textos neotestamentários mostra-se debalde. Realmente, o “Novo Testamento” deve ser abandonado como literatura inexpressiva, em questões de Revelação Divina! A total desarmonia entre os textos cristãos e até mesmo com a história secular é gritante a cronologia não consegue acompanhar os eventos e não raro evidencia uma estranha necessidade de fazer-se opção entre teses antagônicas. Esse quadro é também evidente em discrepância doutrinárias. Assim, por exemplo, um membro da Igreja Adventista pode encontrar, no “Novo Testamento”, respaldo para não comer comidas imundas (2 Coríntios 6:17, 18 7:1) mas, um membro da igreja batista também encontrará guarida para o ensino de que é possível comer comidas proibidas pela Torah (Ver 1 Coríntios 10:25 Marcos 7:18-20). É possível acreditar que não é necessário nenhuma caridade para um crente salvar-se (Efésios 2:8,9 Romanos 4:5), como é possível verificar que outro escritor exige as boas abras para a salvação! (Tiago 2:14-26) ao que tudo indica, a oração do Nazareno, em favor da unidade de fé dos seus seguidores, não foi ouvida! (João 17:20-23). É difícil conciliar as várias doutrinas cristãs em conflito, no elenco de suas diversas seitas antagônicas, e retirar do “Novo Testamento” algo que pudesse compelir com a nossa Torah simplesmente não sobra nada!

4.3 Uma maneira de compreender bem a triste situação do “Novo Testamento” é levantar-se a contextualização dos ensinos, a partir dos evangelhos, do livro de atos, das cartas e do livro do Apocalipse. A surpresa é grande, diante de tantas contradições. Nesse sentido, recordamos o que escreveu o discípulo Lucas, ao dizer que pesquisara todas as coisas para fazer seu relato evangélico: “Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de ACURADA INVESTIGAÇÃO DE TUDO DESDE SUA ORIGEM, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, UMA EXPOSIÇÃO EM ORDEM, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído” (Lucas 1:1-4). A impressão que se tem, logicamente, é que o Evangelho de Lucas, diante de tais palavras, esgotou todo o ensino de Jesus e seria mais completo do que todos os demais evangelhos. Mas isso não é verdade. Trata-se de claro sofisma.

4.4 Com efeito, o mais importante milagre de Jesus, relatado no Evangelho de João, ou seja, a ressurreição de lázaro, após quatro dias de decomposição de seu cadáver (João 11:1-53), não mereceu uma única linha no Evangelho de Lucas, apesar de ele Ter feito uma “acurada investigação de tudo desde sua origem”. Seria Lucas o “o médico armado” mencionado por Paulo como um de seus companheiros e viagem? (Colossenses 4:14). Nesse caso, como médico, Lucas não engoliu a magnitude desse assombroso milagre. Ou nada havia, na época em que compôs seu relato, sobre esse fantástico fenômeno sobrenatural. É estranho ainda, o fato de ter Lucas deixado de incluir, em seu exaustivo trabalho, nada menos que quatorze parábolas de Jesus, encontradas em outros evangelhos: 1) a do joio 2) a do tesouro escondido 3) a pérola de grande valor 4) a rede de pescar 5) o pai de família e o tesouro 6) o credor exigente 7) os trabalhadores 8) os dois filhos 9) as bodas 10)
as dez virgens 11) os dez talentos 12) as ovelhas e os bodes 13) o pai de família e os servos 14) e a semente (ver Mateus 13:24-30:13:44-52 18:23-35 20:1-16 21:28-32 22:1-14 25:1-46). Lucas também – como os demais evangelistas sinópticos – não incluiu a história da mulher adúltera, relata em João 8:1-11, embora esse relato, antes de estar no Evangelho de João já tivesse sido exposto no Evangelho de Lucas e dali retirado. Segundo a antologia de Lewis Browne, Sabedoria de Israel, essa história é de origem grega. A simples leitura desse texto, porém induz o leitor a inferir que Jesus acreditou que uma mulher fosse capaz de adulterar sozinha, ou ele era machista e parcial, pois nada perguntou sobre o homem adúltero (ver Devarim [Deuteronômio] 22:22) o relato insinua que o Templo Sagrado possuía chão, sem piso, onde Jesus pudesse escrever (João 8:2, 6, 8), e apresenta a condenação da mulher como procedimento que pudesse ser levado à execução sem o pronunciamento dos juizes! (Devarim 1:16, 17 16:18-20). Não admira que tal texto esteja sendo expulso do “Novo Testamento” como espúrio!

4.5 Por isso, causa perplexidade a simples leitura de explicação, como a do Dr. Lucas, de que seu evangelho conteria “tudo desde sua origem”, toda a história e ensinos do Nazareno. Mas Lucas equivocou-se, ou certamente não teve acesso a muitos escritos sobre Jesus, hoje conhecidos, porque somente seriam escritos muito mais tarde, por supostos discípulos, que não tendo escrito nada, tornaram-se famosos escritores mesmo assim. Veja-se, por exemplo, o caso do pseudônimo dado ao apóstolo João, sem que nada comprove ser ele o tal “discípulos que Jesus amava” (João 13:23 19:26 20:2 21:24). Seria mesmo João esse discípulo tão destacadamente amado? Ora, esse título especial jamais caberia a João, e sim, como de todos sabido, ao discípulo Lázaro, sobre quem está escrito: “Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor está enfermo aquele a quem amas” (João 11:3). Esse amor era muito particular. Quando Lázaro morreu, Jesus chorou, e veio o reconhecimento desse amor pelos presentes: “Vede o quanto o amava” (João 11:36). Assim, o único discípulo a merecer tal distinção era Lázaro, não João. Por ser o discípulo amado e destacado protagonista dessas histórias, que se encontram no atual Evangelho de João, inclusive a de sua própria ressurreição, desconhecida dos demais evangelistas, Lázaro está muito mais habilitado a ser o autor de grande parte desse evangelho, particularmente porque, tendo ressuscitado, conforme o relato seria sobre ele mais apropriada lenda de que “o discípulo a quem Jesus amava... não morreria” (João 21:20-23). Com isso, constatamos que até mesmo a autoria dos relatos não é fidedigna. Quanto mais seu conteúdo e veracidade histórica!

4.6 Quanto ao elenco de contradições, desarmonia entre si e inúmeras agressões aos textos do Tana”ch, o ”Novo Testamento” é incomparável. Talvez somente o Corão – livro sagrado dos muçulmanos, que confunde Miriam, irmã de Moisés, com Maria, mãe de Jesus – possui mais sandices. Adiante, uma pequena lista desse triste cenário que, a bem da verdade, desautoriza ser o “Novo Testamento” uma Palavra do Criador para a Humanidade. De fato, da Torah foi dito: “A Torah do Eterno é perfeita e restaura a alma o Testemunho do Eterno é fidedigno, e dá sabedoria aos simples. Os Preceitos do Eterno são corretos e alegram o coração o Mandamento do Eterno é puro e ilumina os olhos” (Tehilim 19:8, 9, texto hebraico). Com forte certeza, aprendemos, como judeus, que na Torah, nos Profetas e nas Escrituras inspiradas, dadas aos nosso Povo, “não há nenhuma coisa contraditória, nem perversa. Todas são corretas, para quem as entendem justas, para os que acham o conhecimento” (Mishley [Provérbios] 8:8, 9). O mesmo, evidentemente, não se pode dizer do “Novo Testamento”.


V – ALGUMAS PÉROLAS – NEOTESTAMENTÁRIAS - CONFUSÕES E CONTRADIÇÕES SEM FIM. AS FALSAS PROFECIAS DE JESUS NAZARENO. A IDENTIFICAÇÃO DO VERDADEIRO MESSIAS DE ISRAEL.

5.1 Para comprovar-se o elenco de contradições, falsas profecias, confusões e não raro a má fé dos autores do “Novo Testamento”, no vão esforço de tornar a nossa Torah obsoleta e, assim, apresentar as escrituras cristãs como sucedâneo do que se habituaram a chamar de “Velho Testamento”, ou seja, a Bíblia Judaica, basta fazer uma simples leitura e comparação dos textos abaixo citados. Infelizmente, até mesmo esse cotejo causa medo nos cristãos e nos chamados “judeus messiânicos”, porque suas crenças simplesmente desabam, ao primeiro contato com a falta de inspiração Divina de seus escritos sagrados. A lista abaixo, como se percebe, não esgota o tema. Das centenas de contradições, escolhemos algumas, para meditação dos leitores.

5.2 Naturalmente, os exegetas da fraude não se cansarão de tentar explicar o inexplicável, para convencer os crédulos de que o Messias já veio há quase dois mil anos atrás, embora as profecias fidedignas sobre a Era Messiânica somente agora começam a fluir, com a aproximação dos tempos designados como Acharit Hayamin – com a entrada de Israel, como Nação organizada, no cenário mundial, com o retorno dos Judeus ‘a Terra de nossos ancestrais, com a crescente onda de anti-semitismo despontando nos horizontes sóciopolítico e econômico das nações, com o despertar dos Judeus para a Torah, inclusive os descendentes dos convertidos ‘a força ao cristianismo, e, mais a frente, com a breve restauração da Profecia em Israel e a construção do Terceiro Templo no Monte Moriah. Por isso, simplesmente, não seria possível ver-se em Jesus o nosso Messias, porquanto, nos seus dias, no primeiro século da Era Comum, diferentemente do que todos os israelitas esperavam, não floresceu o justo e nem se viu a esperada abundância de paz e nenhum Governo messiânico foi estabelecido! (Salmo 72:7, no texto hebraico 72:8). Além disso, Jesus morreu algo que não esperamos de Rei-Messias, procedente da casa de David (Isaías 9:7 Daniel 7:14 Salmo 61:6, 7, no texto hebraico 61:7, 8) Anelamos, com fervor, pelo dia em que nosso Messias Se manifestará, para a felicidade de todos os descendentes de Noé!

5.3 Em questão de identificação do Messias de Israel, é vital analisar algumas das exigências fixadas no Tana”ch. Os pré-requisitos messiânicos são amplos, e está bem claro que Jesus não satisfez a nenhum deles ele apareceu no cenário fora do tempo, não concretizou a libertação de Israel, não reuniu as Tribos dispersas, não pôde restaurar o Templo, porque em sua época não estava destruído, não estabeleceu a paz entre as Nações e, ao contrário, seus professos seguidores, nos últimos vinte séculos, promoveram guerras sem fim, inclusive as duas Guerras Mundiais, além da incessante perseguição dirigida contra os Judeus. Do elenco de exigências que o candidato a Messias deverá satisfazer, de maneira plena, cabal, convincente e definitiva, registramos doze. Elias: a) O Messias é Judeu ( Números 24:17 Deuteronômio 17:15 18:15) b) ele é descendente da tribo de Judá (Gênesis 49:10) c) ele é descendente do rei David (2 Samuel 7:11-29 Salmo 89:29-37 Jeremias 23:5 33:17 1 Crônicas 17:11) d) ele é descendente do rei Salomão (1 Reis 9:4, 5 1 Crônicas 22:9, 10 2 Crônicas 7:18) e) não pode ser descendente de Jeconias (Jeremias 22:24-30) f) ele reunirá e restaurará as tribos dispersas de Judá e de Israel, unificando as duas casas (Isaías 11:1, 10-12, 16 27:12,13 43:5, 6 Jeremias 3:18 50:4 Ezequiel 37:16-25) g) sua vinda está associada ‘a construção do Terceiro Templo, que será símbolo da Aliança de Paz (Ezequiel 37:26-28 Isaias 2: 1-4) h) o Messias, com a sua chegada, vem aos que abandonaram o pecado e acabará com a maldade e a pecaminosidade (Isaías 59:20, 21 60:21 Jeremias 50:20 Ezequiel 37:23 Sofonias 3:13 Malaquias 3:19 [4:1, texto cristão] i) a Humanidade alcançará a plena consciência da Vontade Divina (Isaías 11:1, 9 40:5 Habacuque 2:14 Jeremias 31:31-34 Joel 3:1. 2 (2:28, 09, texto cristão) j) o reinado do Messias na Terra resultará em serviço universal da Humanidade ao Criador, com paz total entre os homens e na natureza, e todos falarão um só idioma e estarão felizes com as abundantes provisões de toda ordem (Sofonias 3:9 Isaías 2:2-3 11:1-9 65:25 Miquéias 4:1, 2 Zacarias 9:10, 16 14:9 Salmo 72:8-18 Oséias 2:20 Ezequiel 36:29, 30 Amós 9:13) k) ocorrerá a ressurreição física e espiritual dos mortos (Isaías 26:19, Ezequiel 37:12-14 Daniel 12:2 Jó 19:25-27 33:25-28) e 1) o Messias trará o fim das doenças e da morte! (Isaías 35:5, 6, 10 25:8 Oséas 13:14). Nos últimos vinte séculos, a História encarregou-se de provar que Jesus não satisfez as profecias messiânicas. Ele não é, definitivamente, o nosso Mashiach!

5.4 No tocante às falsas profecias de Jesus Nazareno, não nos esqueçamos que basta uma palavra falsa para que o pretenso profeta seja rejeitado – não merece nosso temor (Deuteronômio 18:20-22). É obvio que os exegetas cristãos tentam, desesperadamente, emprestar interpretações diversas para as falsas profecias de Jesus. Não convencem, porém, dada a clareza meridiana de tais enfoques pseudoproféticos. Basta conferi-los:

a) Mateus 16:28: “Em verdade vos digo que alguns aqui se encontram que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam o filho do homem no seu reino.” Seria a farsa da transfiguração o reino? Fiquemos com Daniel 2:44, sobre o Reino do Messias ser real, capaz de destruir os governos adversários

b) Mateus 10:23: “Em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o filho do homem”. Talvez, por isso, os missionários e os “judeus messiânicos” estão loucos para imigrar a Israel, porque, afinal, essa pregação já dura quase 2000 anos e precisa ser finalizada, já que os primitivos pregadores ser finalizada, ainda não concluíram seu trabalho em todas as cidades israelenses. Como não existe outro cenário, Jesus mentiu e é mais um falso profeta

c) Mateus 24:14: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim”. E o evangelho já foi pregado em todo o mundo? “Sim!” – responde o apóstolo Paulo: “não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (Colossenses 1:23). E por que o fim do mundo não veio? Porque Jesus mentiu! E mentiu feio mesmo: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (Mateus 24:34). Onde será que está morando uma pessoa sequer daquela geração, que ouvi a mensagem de Jesus? Tem que sobrar ao menos um... ou era bluff! Jesus é um falso profeta!

d) João 12:32: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo”. Por que será que os chineses e os indianos – uma grande parte da Humanidade – não foi atraída por Jesus? Por que o islamismo está crescendo mais do que o cristianismo?

5.5 Ora, que falsas profecias são essas? Todos os discípulos de Jesus morreram, devem ter percorrido todas as cidades de Israel e pregaram no mundo todo, como disse Paulo! Mas nada aconteceu. Seriam tais vãs promessas sinais identificadores do Messias? Querem que nós, judeus, acreditemos em tais mentiras “pela fé”? Como explicar a nós, judeus, que, há quase dois milênios, mesmo quando impedidos de orar nesse lugar sagrado, contemplamos o muro das Lamentações, o nosso Kotel, como prova evidente de que um dia o Beit HaMikdash será reedificado – diante de falsa profecia de Jesus de que nada sobraria do Templo? Ora, as pedras do Kotel HaMaaravi continuam umas sobre as outras. A profecia de Jesus falhou espalmadamente: “Em verdade vos digo que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24:2). As pedras estão lá – contradizendo o Nazareno!

5.6 Há, ainda, algumas coisas intrigantes nos ensinos e condutas de Jesus que causam espécie, quando se considera a grande expectativa construída pela igreja cristã de ser ele o Messias. Vejamos alguns fatos:

a) Jesus era capaz de amaldiçoar uma figueira, simplesmente porque a pobre árvore estava sem frutos, “porque não era tempo de figos” (Marcos 11:13). Que maldade antiecológica! Que violação da Torah! (Deuteronômio 20:19). Será que os cristãos dirão que o vento era simbólico e representa a rejeição de Israel? (Lucas 13:6-8) Ou Pedro está com a razão, ao ter observado que até as raízes das figueiras secaram? (Marcos 11:20, 21). Ora, se tais raízes secas são o Judaísmo, como querem alguns teólogos, o cristianismo, que, alegadamente, teria origem nessas raízes, estaria em grandes apuros! (Romanos 11:16-18)

b) Jesus tem compromissos com a família? Parece que não: “Se alguém vem a mim, e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, sim, até a própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26). Os cristãos correm para explicar: “odiar, ou seja, amar menos”, conforme nota marginal desse texto, nas traduções. Diferentemente do profeta Elias, que permitiu a Eliseu despedir-se de seus pais e amigos (1 Reis 19:19-21), Jesus não mostrou compaixão com um prospectivo seguidor, que alegou sua preocupação com seu pai falecido: “Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Respondeu-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Mateus 8:21, 22). Jesus, ademais, proibiu que seus seguidores chamassem o genitor de “pai” (Mateus 23:9), o que o Criador não fez (Gênesis 2:24 Êxodo 20:12). Os verdadeiros Profetas discordam do Nazareno, quanto a essa proibição estender-se também ‘a esfera espiritual (2 Reis 2:12 6:21 13:14). Não admira que os parentes de Jesus o considerassem louco! (Marcos 3:21)

c) os cristãos aplicam a Jesus a nomenclatura de Isaías 9:6 assim, ele seria o “Príncipe da Paz”. Custa acreditar, diante e suas palavras: “Não penseis que vim trazer paz ‘a terra não vim trazer paz, mas a espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra” (Mateus 10:34,35). Não admira o ódio reinante na História, entre cristãos e deste para com os chamados “pagãos”. De fato, o mestre mandou os discípulos adquirirem até espadas, para certa ocasião! (Lucas 22:35-38). Jesus, no fim das contas, manda que seus seguidores matem os Judeus, “seus inimigos” (Lucas 19:27)

d) as profecias falam do Messias como alguém preocupado com o destino de toda a Humanidade, pois falaria de paz aos não-judeus (Zacarias 9:10 Isaías 9:7). Mas Jesus, ao contrário, não estava muito preocupado com os gentios, proibindo seus discípulos de pregarem para os outros povos (Mateus 10:5-7). Com efeito, comparou uma gentia desesperada, que lhe suplicava ajuda, aos cachorros, sem direito algum! (Mateus 15:21-26)

e)Jesus levantava-se contra fatos históricos, na tentativa de confundir seus ouvintes, como fez no seu discurso sobre o maná. Segundo a Torah, o Eterno prometeu fazer chover “pão do céu” [lechem mim-hashamayim] para os hebreus (Êxodo 16:4, ver também Salmos 78:24 105:40, texto cristão 78:25 105:41, texto hebraico). Mas, Jesus afirmou, categoricamente: “Em verdade vos digo: Não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. O verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vós dá.” “Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram”. “Eu sou o pão vivo que desceu do céu se alguém dele comer viverá eternamente” (João 6:32, 49, 51). A mensagem ficou sem sentido: os hebreus comeram o “pão do céu”, e morreram os cristãos, mesmo comendo o seu “verdadeiro pão do céu”, continuam mortais. Que disparate!

f) Jesus se comparava a um ladrão (Mateus 24:43, 44) apesar dos malefícios dessa comparação (João 10:10). Ademais, não achava preocupante o terem chamado de comilão e beberrão, se ele dava razão para isso (Mateus 11:19), embora tal conduta o atingisse moralmente (Provérbios 23:20, 21) e ofendia a incolumidade pública em questões de higiene e purificação (Lucas 11:37, 38 Mateus 15:2), desrespeitando a autoridade divinamente constituída! (Deuteronômio 17:8-13).

5.7 Realmente, se as pessoas levassem a sério os ensinos de Jesus e imitassem a sua conduta (João 13:15), a Humanidade estaria cheia de mutilados pela fé (Mateus 5:29, 30) de famílias destruídas pelo ódio (Lucas 14:26 Mateus 10:35) de covardes, sem senso de dignidade (Lucas 6:29) de miseráveis e perdulários, por de perderem o reino dos céus (Mateus 19:21-24) de homens cadastrados (Mateus 19:12) de subnutridos, por tantos jejuns (Mateus 5:20) Lucas 18:12) de ladrões justificados pelo mau exemplo (Marcos 11:1-6 João 13:15) de destacadores da autoridade constituída! (Lucas 13:31,32) de espancadores nas igrejas (João 2:15) e de porcos endemoninhados (Marcos 5:1-17). De fato, causa espécie certa análise da conduta do mestre!

5.8 Convém, ainda, fazer um breve registro da desonestidade das citações parciais do Tana”ch no “Novo Testamento”. Se parte essencial do texto é omitida, um novo ensino ou aplicação do texto é omitida, um novo ensino ou aplicação profética deturpada vem a lume. Como já visto, isso ocorrerá com o texto de Oséias 11:1, citado em Mateus 2:15, onde se lê apenas a Segunda parte do versículos de Oséias 11:1. Ademais, o verbo está no passado, porque se refere ‘a libertação dos hebreus no Egito. Um outro exemplo é a citação de Isaías 42:1-4, em Mateus 12:18-21. O texto de Isaías 42:4 (muito mal traduzido pelos cristãos, por motivo óbvio) é omitido na parte que declara: “não será ferido [morto – ver Levítico 24:17, onde ocorre o mesmo verbo hebraico ych´heh], nem correrá [ou se ausentará] até pôr na Terra a Justiça”. Como Jesus foi ferido e morto, e foi ao Céu, segundo os evangelhos, sem que a Terra experimentasse a prometida Justiça, o escritor de Mateus (ou seu reescritor) retirou essa parte do texto, para evitar “mal-entendidos”. Mas está claro: Jesus não é o Messias, se essa aplicação de Isaías, pelos cristãos, estivesse correta. Ademais, sobre esse texto, recorda-se que nas Bíblias cristãs há título explicativo acima de Isaías 42:1 – “O Servo do Senhor”, reportando-se a Jesus mas, no mesmo capítulo 42, acima do verso é cego e surdo”, as Bíblias cristãs substituem o seu messias por Israel: “Lamento sobre a cegueira de Israel”, dizem. Ou seja, se a matéria é boa, é aplicada a Jesus, se contém repreensão, aplica-se aos judeus! Esse expediente de ocultar o restante do texto foi muito explorado por Paulo, como em seu argumento de que Jesus é filho primogênito de D-us, em Hebreus 1:5 onde cita parte de 2 Samuel 7:14: “Eu lhe serei pai, e ele me será filho”. E o restante do versículo? “E quando ele cometer iniqüidade, irei corrigi-lo com vara de homem, com açoites de filhos de Adão”. Tal exercício, portanto, é desonesto - ou o versículo todo se aplica a Jesus, ou, não.

5.9 De todo o conjunto de defeitos neotestamentários, citamos apenas alguns, abaixo, além dos acima abordados, com comentários, recomendados que sejam lidos os textos indicados, para patentear-se a visão caótica desses escritos, que são tidos como “inspirados por D-us”. Facilmente, o pesquisador descobrirá que a Humanidade vem acreditando em fraudes religiosas, que causaram tantas guerras e mortes, e principalmente tanta hostilidade e brutais perseguições contra o Povo de Israel, porque jamais nosso Povo deixou de crer na sagrada Torah, para ser manipulado por invenções humanas. Eis alguns exemplos dessa estranha situação, que permeia todo o “Novo Testamento”, desqualificando-se como Palavra de D-us:

a)Contradições, falsas profecias e confusões nas palavras e condutas de Jesus, ou nos relatos sobre ele:

1)Jesus disse que seus discípulos não terminariam de pregar nas cidades e Israel e nem morreriam antes de verem chegar o Filho do Homem no seu reino – mas pareceu que Jesus não sabia o que era o reino de D-us, pois sua profecia não aconteceu: os seus discípulos morreram, sem que p Reino tivesse aparecido, pelo menos não o de D-us! (Mateus 10:23 16:28 24:14 Daniel 2:44)


2)A profecia que fala que Jesus seria chamado de “Nazareno”, conforme registrada em Mateus 2:23, simplesmente nunca existiu na Bíblia Judaica, e nem a cidade de Nazaré existiu no tempo dos profetas de Israel! Aqui há um patente acréscimo na profecia, expondo a pessoa como mentirosa (Provérbios 30:5, 6)

3) Segundo o Evangelho de Mateus (21:18-20), Jesus amaldiçoou a figueira e ela secou-se imediatamente discordando de Mateus, Marcos (11:12-14, 20, 21) informa que somente no outro dia os discípulos perceberam que a figueira secara. É importante registrar, aqui, não só falta de sensibilidade de Jesus, para com a figueira, pois, como registrou Marcos (11:13), “não era tempo de figo” – e o Nazareno devia saber disso – como também a gravidade da conduta de Jesus, ao ter destruído uma árvore frutífera, violando a Torah, inclusive, porque o figo é uma das sete frutas que honram a Terra de Israel (Deuteronômio 20:19 8:6-9)

4)Jairo pede a Jesus ajuda ‘a filha que estava morrendo (Lucas 8:41-42) contradizendo Lucas, Mateus diz que Jairo pediu ajuda quando a filha já estava morta (Mateus 9:18)

5) Ao sair de Jericó, Jesus curou dois cegos (Mateus 20:29, 30) não foi bem assim, pois ele curou apenas um cego (Marcos10:46, 47)

6)Zacarias, disse Jesus, equivocado, era filho de Baraquias (Mateus 23:35) mas não era nada disso, pois Zacarias era filho de Yehoiada (2 Crônicas 24:20-22). Na verdade, esses personagens, citados por Jesus, encontram-se em Flávio Josefo (Guerra dos Judeus contra os Romanos, cap. 19, parte 321), e se trata de evento ocorrido cerca de quarenta anos após a morte do Nazareno, que, assim, não poderia Ter falado sobre tal ocorrência, como fato histórico

7)Dois discípulos buscaram uma jumenta e um jumentinho para Jesus (Mateus 21:2-7) mas Marcos escreveu diferentemente – era apenas um jumentinho, sem a mãe (Marcos 11:2-7)

8)Um “novo mandamento” foi dado por Jesus, escreveu João (João 13:34) mas foi um equívoco, pois não há “novo mandamento” algum, escreveu João depois (1 João 2:7, 8 2 João 5)

9)Jesus afirma, em Lucas 16:16, que a Torah e os profetas vigoraram apenas até João Batista. Mas, espere! Mesmo assim, Jesus afirma que não cairá um yud [menor letra do alfabeto hebraico] da Torah, e isso no versículo seguinte! (Lucas 16:17) segundo ele, ademais, ela continua em vigor e não cairá nenh