quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O que é rolo de Tora?




Rabino Mendy Hecht

A - Um Rolo de Torá é um Sefer Torá, que contém os Cinco Livros de Moshê (o Pentateuco) escrito à mão no hebraico original da direita para a esquerda, sem pontuações, vírgulas, pontos, números de capítulos ou versículos. É escrito sobre pergaminho, enrolado ao redor de duas hastes de madeira ornamentadas e adornados com acessórios especiais. É (geralmente) guardado na Arca de cada sinagoga, e rotineiramente lido em voz alta em todas as sinagogas. Em sua presença também oferecemos preces e bênçãos para todos aqueles que necessitam.

B - Um autêntico Rolo de Torá é uma obra prima de “fundir a cabeça” pelo elaborado trabalho manual. Compreende 62 a 84 folhas de pergaminho curado, curtido, raspado e preparado para cumprir exatamente as especificações haláchicas, contendo precisamente 79.847 palavras e 304.805 letras. O Rolo resultante leva de seis a doze meses para ser completado. Cada letra é rigorosamente escrita à tinta com uma pena sob as estritas orientações caligráficas de Ktav Ashurit (Escrita Ashurita). Embora a maioria dos Rolos de Torá tenham cerca de 60 cm de altura e pesem pelo menos 10 quilos, alguns são enormes e pesados, ao passo que outros são miniaturas, leves e com letras compactas.

C - Escrever um Rolo de Torá é a Mitsvá Positiva nº 181, e é obrigação de todo judeu adulto do sexo masculino. Como a maioria não tem tempo nem paciência e devoção nem o conhecimento das centenas (sim, centenas) de Halachot, leis judaicas, envolvidas na escrita de um Sefer Torá, contratamos um Sofer (escriba ritual) para escrever um para nós. No entanto, como isso custa uma fortuna, também, a maioria de nós apenas contribui com uma quantia pequena quando um novo Sefer Torá está sendo escrito para ajudar a cobrir os custos e simbolicamente comprar uma parte da propriedade da Torá, geralmente adquirindo uma letra, um versículo, ou mesmo uma parashá.

Como uma Torá é Feita?

A respostat curta:
Um Rolo de Torá é escrito à mão por um escriba com uma pena e tinta especial em pergaminho cuidadosamente preparado.

A resposta do Askmoses:
Um autêntico Rolo de Torá é uma obra prima de trabalho e talento. Compreende entre 62 e 84 folhas de pergaminho curado, curtido, raspado e preparado segundo especificações haláchicas exatas, contendo precisamente

79.847 palavras num Rolo de Torá e 304.805 letras. O Rolo escrito à mão demora muitos meses para ser completado.

Um escriba especialista escreve cada letra com uma pena, sob as intrincadas orientações caligráficas de Ktav Ashurit. As folhas de pergaminho são então costuradas juntas com tendões para formar um longo rolo. Embora a maioria dos Rolos de Torá tenha cerca de 60 cm de altura e pese 10 a 12 quilos, alguns são enormes e bastante pesados, ao passo que outros são pequenos e leves.

O Pergaminho

Um Rolo de Torá somente pode ser escrito num pergaminho proveniente da pele de um animal casher. No entanto, o animal não precisa necessariamente ser abatido de maneira ritual. Desde que a espécie seja casher, o pergaminho pode ser usado para um Rolo de Torá. O pergaminho feito de pele de peixe não pode ser utilizado para este fim; a pele de peixe exala um odor desagradável que não é apropriado a um Rolo de Torá. O pergaminho deve ser preparado com a intenção de ser usado para um Rolo de Torá. Portanto, um judeu deve cumprir ou, pelo menos, ajudar nesta tarefa.

Antes de começar a escrever um Rolo de Torá, o escriba deve assinalar as linhas sobre o pergaminho com leves ranhuras. O utensílio usado para este fim não deve deixar qualquer marca colorida sobre o pergaminho.

A Tinta

Somente tinta preta é aceitável. Tinta de qualquer outra cor não é casher para um Rolo de Torá. Deve também ser permanente – não apagável.

Nos tempos antigos, a tinta usada para escrever um Rolo de Torá era obtida através da fervura de óleos, alcatrão e cera, e coletando-se os vapores. Mais tarde, aquela mistura seria combinada com seiva de árvore e mel, e então seca e armazenada. Antes do uso, era misturada com suco de nozes de carvalho. Atualmente, os escribas preparam a tinta usando suco de nozes de carvalho e resina. A cor negra é conseguida acrescentando-se vários pigmentos.

A Pena

O escriba escreve com uma pena de ave ou re junco, enchendo sua ponta com a tinta. Uma pena de ferro não é adequada porque pode furar o pergamimho; o ferro com freqüência é usado para fazer armas de morte e destruição, e ambos se opõem ao intento da Torá.

A Caligrafia

As letras de um Rolo de Torá são grafadas na “escrita assíria”; as várias fontes e escritas nas quais o hebraico é comumente escrito ou impresso não são válidas. As linhas devem ser perfeitamente retas e iguais. Numerosas leis detalham a figura exata de cada letra, e se uma só letra estiver faltando ou, em alguns exemplos, com alguma falha ou borrão – o Sefer Torá inteiro não é casher. Um Rolo de Torá impresso, mesmo que as letras estejam na forma exigida, não é válido.

Como o Sefer Torá incorpora a santidade de sua mensagem, deve concentrar-se exclusivamente em seu texto puro; quaisquer ilustrações ou enfeites artísticos são proibidos.

O Escriba
Tornar-se um escriba é tarefa que exige rigoroso estudo e treinamento – e grande habilidade. Certamente, uma pessoa que não estudou cuidadosamente as leis referentes à composição de um Rolo de Torá não pode ser escriba.

Acima de tudo, porém, o escriba deve ser um homem piedoso e temente a D’us, dedicado à santidade do Sefer Torá.

O escriba não pode confiar em sua memória, mas deve copiar as letras, palavra por palavra, de um Rolo de Torá casher. Um escriba destro escreve somente com a mão direita; um escriba canhoto somente com a mão esquerda. O Sefer Torá, e especialmente os Nomes de D’us ali contidos, devem ser escritos com a maior pureza e devoção. É costume, portanto, que o escriba faça uma imersão num micvê (piscina ritual) antes de começar seu trabalho. Ele também recita uma bênção no início de seu trabalho e antes de cada vez que escreve o Nome de D’us.

Por que as pessoas “compram” letras num Rolo de Torá?

Resposta

Rabino Shlomo Chein

A última das 613 mitsvot ordenadas na Torá é que cada indivíduo escreva o próprio Sefer Torá completo. Nossos Sábios ensinam que o cumprimento dessa mitsvá é equivalente a receber a Torá no Monte Sinai.

1.No caso de alguém não ser capaz de escrever um Sefer Torá por si mesmo (faltando o necessário conhecimento, tempo, meios, etc.) a pessoa pode contratar um escriba para escrever em seu lugar, ou fazer parte de um grupo que está contratando um escriba para escrever uma Torá para o grupo inteiro como uma comunidade. Se pelo menos uma letra for escrita em nome de cada indivíduo, eles todos cumprirão a mitsvá de escrever um Sefer Torá. Como cada letra é essencial para tornar a Torá casher, qualquer letra pode ser considerada aquela que completa a Torá – e completá-la é considerado como a tendo escrito por inteiro.

2. Todo judeu tem uma letra na Torá que corresponde à sua alma, a qual é a fonte do sustento daquela alma. Através da aquisição de uma letra num Sefer Torá, fortalecemos aquela conexão.

3. Porém ainda há mais. Ao participar na escrita de um Sefer Torá comunitário, nos unimos com centenas de milhares de judeus e fortalecemos a unidade judaica através da Torá, trazendo sobre nos paz e bênção. E a mitsvá final da Torá é especialmente auspiciosa durante os momentos finais de nosso exílio, aqueles tempos mais sombrios e caóticos. Certamente, essa mitsvá servirá como o grand finale e completará nossas realizações espirituais, pondo um fim a toda escuridão, conflitos e sofrimento para sempre, com a chegada de Mashiach, que seja em breve, em nossos dias!


Yom Kipur
O Dia do Perdão, o mais santo do calendário judaico, é também chamado de Dia do Arrependimento. Marcado por jejum e preces, é o dia de pedir perdão ao próximo e a D'us. O destino de cada um é selado neste dia.
17-18 de setembro, 2010 – 10 de Tishrei

Sucot
A Festa dos Tabernáculos ou Cabanas comemora a proteção Divina aos Filhos de Israel durante os 40 anos de peregrinação no deserto. Sucot também é chamada Festa da Colheita, quando os frutos da terra são armazenados em Israel. Durante Sucot, uma bênção especial é recitada sobre as Quatro Espécies: cidra, palma de tamareira, murtas e salgueiros.
22-29 de outubro, 2010 – 14-21 de Tishrei

Shemini Atsêret
O "Oitavo Dia da Assembléia Solene" é uma festa à parte ao final de Sucot. Há uma prece especial por chuvas para a Terra de Israel.
30 de setembro, 2010– 22 de Tishrei

Simchat Torá
O dia do "Júbilo com a Torá" no qual o ciclo anual da leitura da Torá é terminado e reiniciado. Nesta data dançamos e nos alegramos com a Torá.
1 de outubro, 2010 – 23 de Tishrei

Chanucá
Chanucá comemora a reinauguração do Templo Sagrado de Jerusalém, após a vitória dos macabeus. É celebrada durante oito dias através do acendimento da menorá que lembra os milagres ocorridos.
2-9 de dezembro, 2010 – 25 de Kislêv - 2 de Tevet

Tu Bishvat

Ano Novo das Árvores. É costume comer frutas com as quais a Terra de Israel é louvada.
20 de janeiro, 2011– 15 de Shevat


Purim
Purim comemora a libertação do povo judeu da destruição planejada pelo perverso Haman. A história é relatada na Meguilá de Ester.
19-20 de março, 2011– 13-14 de Adar II

Pêssach
Pêssach comemora a libertação do povo judeu da escravidão no Egito. Uma das maiores mitsvot durante esta festa é a proibição de consumir alimentos fermentados e a obrigação de comer matsá.
19-26 de abril, 2011– 15-22 de Nissan

Pêssach Sheni
Observado um mês após Pêssach como uma segunda chance para oferecer o cordeiro pascal aos que não conseguiram fazê-lo na véspera de Pêssach. Costuma-se comer um pedaço de matsá neste dia.
18 de maio, 2011– 14 de Iyar

Lag Baômer
Entre Pêssach e Shavuot os discípulos de Rabi Akiva faleceram de uma praga, gerando um período de meio-luto que dura até hoje, mas no dia de Lag Baômer a praga cessou. Esta data marca o falecimento de Rabi Shimon bar Yochai.
22 de maio, 2011– 18 de Iyar

Shavuot
Shavuot, a Festa das Semanas, comemora a Outorga da Torá no Monte Sinai sete semanas após a saída do Egito. Neste dia os Dez Mandamentos são lidos nas sinagogas. Também é chamada Chag Habicurim, a Festa das Primícias, levadas ao Templo a partir de Shavuot.
8-9 de junho, 2011 – 6-7 de Sivan

17 de Tamuz e as três semanas
Este período entre os jejuns de 17 de Tamuz e 9 de Av inclui três semanas de luto pela destruição de Jerusalém e o exílio do povo judeu.
17 de Tamuz – 19 de julho
As Três Semanas tem início 19 de julho de 2011

Tishá B’Av
9 de Av é um dia de luto e jejum pela destruição do Templo Sagrado de Jerusalém e exílio do povo judeu.

Tishá Be’Av - 9 de agosto de 2011– 9 de Av

Tu B’Av
É um dia festivo por vários fatos históricos alegres que aconteceram nesta data. Muitos casamentos eram celebrados nesta data.
15 de agosto, 2011– 15 de Av

Rosh Hashaná
O Ano Novo judaico é o Dia do Julgamento, quando D'us determina o destino de cada um para o ano que se inicia. Parte principal do serviço de Rosh Hashaná é o toque do shofar, o chifre de carneiro, que desperta as pessoas para o arrependimento.
29 a 30 de setembro, 2011 – 1-2 de Tishrei

Notas:

O dia judaico
Todas as datas judaicas iniciam-se ao entardecer do dia anterior a data específica. Isto deve-se ao fato de que o "dia" judaico começa e termina ao pôr-do-sol, ao invés da meia noite. Para saber precisamente a hora em que um novo dia inicia-se no calendário judaico consulte a tabela de horário de velas para Shabat e Yom Tov.

Tefilin
Não são colocados em chol Hamoed (dias intermediários de) Pêssach e Sucot, e durante as festas de Shavuot, Rosh Hashaná, Yom Kipur, Hoshaná Rabá, Shemini Atsêret e Sichat Torá.

Yizcor
Recita-se no último dia de Pêssach, no segundo dia de Shavuot, em Yom Kipur e em Shemini Atsêret.